PEDRO HENRIQUE FEITOSA
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O vereador Marcos Paulo (PPS) reagiu na sessão no dia 28 de agosto à reportagem do VERBO que apontou que o parlamentar eximiu a política de segurança da gestão do PSDB e não viu relação entre a falta de policiamento em Taboão da Serra e o homicídio da copeira Dilma Oliveira, atacada quando ia trabalhar, de madrugada, violentada e morta, em 11 de agosto. Ele partiu para ofensas a este portal, mas de novo ignorou a deficiência do patrulhamento.
Paulinho pode ter poupado governos tucanos por conta de apoiar o candidato a governador do PSDB, João Doria, e ter o pai, Walter Paulo, como secretário municipal de Segurança da gestão Fernando Fernandes (PSDB). Ao contrário de Paulinho, todos os vereadores que discutiram o assunto criticaram a política de segurança do governo do Estado e cobraram mais policiamento. O marido de Dilma, Nilton César, reprovou o uso de bases fixas da Guarda Municipal.
Na sessão após o caso que chocou Taboão e região, Paulinho disse que nenhum efetivo maior da PM evitaria a morte de Dilma, como se o policiamento fosse satisfatório no município. “Infelizmente, a gente pode colocar 20 mil homens da Polícia Militar aqui em Taboão da Serra ou em cada município, que eles vão dar um jeitinho [de atacar]”, disse. Contra estuprador, ele defendeu que a mulher se arme e não considerou nenhuma ação preventiva da polícia ou do governo.
“Quero fazer uma notinha de repúdio ao VERBO ONLINE, que fez uma matéria totalmente tendenciosa. Maldoso, mau caráter e covarde”, disse Paulinho ao abrir discurso. Citou o repórter Adilson Oliveira. “Ele fez uma matéria tendenciosa e maldosa, dizendo que eu apoio o Doria – não entendi porque falou do Doria – e não vejo insegurança no caso da moça que foi morta, fazendo sensacionalismo com tema […] de uma mulher que morreu de forma brusca”, continuou.
“Ele devia ter o mínimo de senso [sic] em dizer que eu defendo castração química, prisão de 30 anos para vagabundo que estupra mulher e pedófilo. Isso ele não colocou, e eu falei aqui. Eu disse que enquanto não tivermos uma legislação séria no país, as coisas não vão mudar, é enxugar gelo. Ainda disse de tribuna, futuramente, pode ser minha filha a ser estuprada. Covarde, Adilson! Por que não colocou isso na matéria? Maldoso e mau caráter, é isso que você é”, atacou.
Paulinho exemplificou ainda que “amanhã pode ser uma vereadora que sai de madrugada para trabalhar” e seja vítima. “Coloca isso, Adilson, na sua matéria! Covarde! E põe também que eu te chamei de covarde, tá bom?”, disse o vereador, que provocou o jornalismo do VERBO. “Quem não gosta de pedófilo, estuprador defende 30 anos de cadeia, castração química, prisão perpétua. Coloca na sua matéria, Adilson, que defendo isso. Mas isso você não vai colocar”, prosseguiu.
Paulinho apelou a “fake news” ao dizer, em nova ofensa, que o jornalista defende um político. “É o clamor da população [penas mais duras a crimes sexuais], seu esquerdinha de meia tigela, que defende Lula, que está preso por corrupção. Eu prefiro o Doria do que Lula [sic]. Simples assim. Entre [o presidenciável Jair] Bolsonaro e Lula, que está preso, eu prefiro Bolsonaro. Adilson, coloca na sua matéria, que vou compartilhar. Se tiver coragem, acho que não tem”, afirmou.
Mais uma vez, Paulinho não fez qualquer referência à necessidade de aumento de policiamento em Taboão, ou seja, a ação de prevenção aos crimes sexuais – as medidas que defende são punitivas, isto é, para depois que os crimes sexuais acontecem. Caso tivessem o poder de evitar os estupros – algo ainda discutível -, penas mais duras ainda não são realidade. Portanto, hoje, as mulheres irão continuar vulneráveis em Taboão se depender de ação do vereador.
Paulinho chegou a dizer que o VERBO fez a “maldosa” reportagem por ter sido tolhido de falar com um vereador sobre briga com o prefeito local. “Talvez, ele ficou chateado porque queria fazer uma maldade com o Alex Bodinho e eu o pus para dentro da sala”, falou. “Eu já ia pautar sobre o vereador não ter dito nada sobre a segurança precária em Taboão, o que é notícia. O discurso foi antes de ele chamar o Bodinho. Logo, a fala dele é puro esperneio”, comentou Oliveira.
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