Apoiado, Fernando indica que 5 vereadores são traidores e descarta pedir desculpa

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Vereadores governistas que ficaram do lado de Fernando Fernandes (PSDB) – sete -, além de secretários e funcionários comissionados, fizeram da inauguração de um centro esportivo no Jardim Monte Alegre, no sábado (1º), uma espécie de ato de desagravo ao prefeito, que teve o nome gritado e foi muito aplaudido. Fernando está sendo criticado pelos vereadores Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme, Érica Franquini, André Egydio, todos do PSDB, e Alex Bodinho (PPS).

Ao lado de vereadores "leais", Fernando
Ao lado de vereadores “leais”, Fernando faz discurso de farpas e ironias aos 5 governistas que se ‘amotinaram’

Ao anunciarem a retirada do apoio à deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), mulher do prefeito, para aderir a Hugo Prado (PSB), presidente da Câmara de Embu das Artes, na quarta-feira (29), os cinco vereadores reafirmaram que Fernando não permitiu apoio à candidata a deputada federal Ely Santos (PRB) – irmã do prefeito Ney Santos (PRB) – , repudiaram a tentativa de agressão a Bodinho pelo prefeito e acusaram ter apoiadores perseguidos pelo governo.

Além de exaltação a Fernando, em resposta às críticas dos novos opositores, a inauguração foi marcada por farpas contra os cinco que racharam com o prefeito. “Fernando é um prefeito que faz a diferença, em todos os seus mandatos trouxe progresso para Taboão da Serra. […] Prefeito, posso dizer que os vereadores que estão aqui hoje são meus amigos”, disse a presidente Joice Silva (PTB), em alfinetada em Nóbrega, cujo grupo a vaiou em evento em junho.

O próprio prefeito fez um discurso de confronto aos dissidentes. Ele brincou que Joice já tinha “falado tudo”, quando a secretária Arlete Silva (Assistência), mãe da vereadora, disse em alta voz: “Tem muito ainda para falar, prefeito! Muito!” Ao continuar, Fernando isentou o vice Laércio Lopes (PSDB) por inicialmente ter aderido ao grupo. “Ele foi induzido! Você [Laércio] não me deve desculpas. Tenho maturidade para entender o que aconteceu e como aconteceu!”, disse.

Para ridicularizar os dissidentes, Fernando elogiou os sete vereadores. Chamou Joice de “parceiraça”. Em estocada até religiosa contra o “principal” opositor, Nóbrega, ele se referiu a Priscila Sampaio (PRB) como “uma grande parceira, representando a Igreja Universal e um grande parceiro, o Marcos Pereira”. Os Nóbregas são da Igreja Renascer, e Olívio Nóbrega, pai do vereador, postou foto de Fernando em Embu com Ney e Pereira para acusar incoerência do prefeito.

Fernando disse precisar fazer referência “a todos vocês”. “Amigos, a gente conhece nas horas difíceis. Nas vitórias, nas comemorações, nas horas alegres, você tem amigo pra caramba. Quero ver na hora difícil”, disse, pausadamente, para ironizar os cinco que racharam. Após fazer afago ao vereador Cido (DEM), o prefeito fez também cumprimento caloroso ao vereador Ronaldo Onishi (SD). “Tem uma grande qualidade: é amigo. Onishi, você mora no meu coração”, disse.

Ao elogiar o filho Fábio Fernandes, secretário de Esportes, Fernando voltou à carga, contra os Nóbregas, entre eles Anderson, presidente do Cats. “O Fábio faz um grande trabalho. Para inveja de muitos! Muitos que ontem o beijavam! Que ontem o abraçavam! Que ontem o elogiavam! De repente, começaram a fazer videozinho criticando o Fábio. Quando alguém me diz que é muito experiente, falo: ‘Entra na política, vai conhecer a essência do ser humano”, disse.

Fernando ainda incensou os secretários Daniel Bogalho, de Manutenção (“querido de todos os vereadores”), Wanderley Bressan (“está revolucionando a Cultura”), e Raquel Zaicaner e as “profissionais maravilhosas da saúde”, quando falou ao VERBO. “Tem problemas, mas é a melhor saúde da região, os vizinhos, principalmente o Embu, vêm ser atendidos em Taboão! Viu, Adilson? Não é para você que falo isso. É para você contar para alguém”, disse, em recado a Ney.

Em entrevista ao final, Fernando deixou claro considerar Nóbrega como o grande fomentador dos “amotinados”. “Estou mais crítico ao Eduardo Nóbrega, muito sinceramente. O Alex Bodinho é um neófito [principiante] na política, um rapazinho que entrou na política agora, aliás, pelas minhas mãos. Eu até entendo que ele possa cometer erros. Eu não entendo é o Eduardo [Nóbrega] comer erros dessa gravidade, ele que capitaneia [encabeça] toda essa [briga]”, afirmou.

Fernando reagiu à imposição dos vereadores de condicionarem a volta à base a se retratar por ter se exaltado com Bodinho. “As condições que colocaram é que eu teria que pedir desculpas ao Bodinho, pedir desculpas ao Eduardo. Aliás, a primeira condição é que eu teria que demitir a Raquel, o ‘Doriana’ [assessor que entrou na briga no gabinete do prefeito], e demitir, para minha surpresa, o Bressan, e o Carlinhos do Leme ser o presidente da Câmara”, lembrou.

“Pediria desculpa com a maior humildade tivesse eu culpa. Sem culpa, seria uma desfaçatez, um desrespeito com esse grupo que me acompanha. Não tem a menor chance”, afirmou Fernando, ladeado por vereadores que o apoiam. O VERBO indagou se a briga não foi desculpa para o grupo romper por já estar fechado com Ney, Fernando não hesitou. “Ah, eu acho que foi um pretexto, do grupo, do líder, no caso o Eduardo, que estava querendo forçar a situação”, disse.

Fernando sugeriu que os cinco vereadores são traidores e atingiram o nível “mais profundo” de deslealdade. “Ninguém aceita traidores, nem os piores bandidos na cadeia. Confesso que fui surpreendido. Nesse nível jamais pensei que eles chegariam. Quando a questão é política, tudo pode ser revertido. Quando transcende e há desrespeito à integridade, à ética, à moral, aí fica difícil. O Eduardo traçou o caminho dele, fazer o que ele fez, é muito difícil [reconsiderar]”, disse.

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