França diz que malha do metrô é ‘insignificante’, mas não garante estação em Taboão

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O governador de São Paulo e candidato à reeleição Márcio França (PSB) não garantiu a chegada do metrô a Taboão da Serra ao dizer que a abertura de uma estação no município depende de “novas receitas”. Ele fez a afirmação ao fazer campanha em Taboão, durante visita ao restaurante Bom Prato (anexo ao Poupatempo), no Pirajuçara, no fim da manhã de terça-feira (21). Ele visitou a cozinha e serviu refeições aos moradores que foram almoçar na unidade.

Ao lado do candidato a deputado estadual Aprígio (Podemos), França
Ao lado do candidato a deputado estadual Aprígio, França (PSB) faz campanha no Pirajuçara, na 3ª-feira (21)

“É claro que nós temos que ampliar o metrô. É o grande desafio da gente. Temos o melhor metrô do Brasil, mas é insignificante do ponto de vista da quantidade e necessidade. E tanto em Taboão, quanto no ABC, está faltando. Temos que colocar recursos. O detalhe é que cada intervenção dessa custa de R$ 8 a R$ 9 bilhões. É preciso priorizar ou encontrar outras formas de criar novas fontes de receita, não ficar trabalhando só com a receita do Estado”, afirmou.

A ampliação do metrô até Taboão é uma promessa antiga das gestões do PSDB, de Geraldo Alckmin, de quem França foi vice – o pessebista assumiu o governo em abril com a renúncia do tucano para disputar a presidência da República. Ao contrário de Alckmin, França, porém, não garantiu metrô para Taboão. Contudo, em março, em encontro com lideranças políticas em Juquitiba, indagado pelo VERBO, ele saiu em defesa de Alckmin por não cumprir a promessa.

“Ele [Alckmin], como todo mundo, promete as coisas achando que vai dar certo. Aí vem uma crise danada da economia nacional, e ele não tem o recurso e tem que priorizar. Ele priorizou pagar salário, pagar as contas”, respondeu França. À época, ele não considerou “insignificante” a malha metroviária. “São Paulo tem 83 quilômetros de metrô, ele [Alckmin] está construindo 107 quilômetros. É bastante, mas ele achou que ia fazer num ritmo e não conseguiu”, alegou.

França desdenhou da promessa do adversário João Doria (PSDB), que durante visita a Taboão, em junho, disse que vai expandir a linha 4 do metrô até o município. “Com relação ao Doria, nada do que ele fale pode ter credibilidade, porque ele disse 43 vezes que iria ficar na prefeitura e ser o melhor prefeito, e não conseguiu cumprir a promessa, e as pessoas ficaram frustradas”, alfinetou. Em vez dos quatro anos de mandato, o tucano renunciou após um ano e quatro meses.

França disse ter entre as prioridades o trabalho aos jovens. Em março, ele disse que em nove meses como governador priorizaria a “estabilidade da economia do Estado”, os municípios e o jovem. “Vou me dedicar à manutenção urbana das cidades, ajudar os prefeitos a fazerem asfalto e recapeamento – temos estradas bem arrumadas, com cidades cheias de buraco -, e criar a universalização da universidade pública e a primeira oportunidade para o jovem trabalhar”, disse.

França elogiou o restaurante popular e disse que pretende ampliar o serviço, se reeleito. “Estamos propondo que no próximo governo consigamos abrir o Bom Prato no fim de semana. As pessoas vêm para cá porque têm necessidade de comer por esse valor de um real”, disse, ao fazer corpo a corpo com eleitores ao lado do candidato a senador Mário Covas Neto (Podemos), a deputado estadual Aprígio (Podemos) e Hugo Prado (PSB) e a federal Luiz Lune (PSB).

França disse que “todo nosso esforço é para ser conhecido”. “Queria que o povo tivesse 30 minutos com cada candidato para olhar para cara dele e verificar quem é mais parecido com ele. Quem estudou em escola pública? Eu estudei. Eles [adversários] não fazem por mal, mas não sabem o que falam. Falam coisas do mundo totalmente diferente, que é próprio do ambiente que eles vivem. São pessoas muito ricas que têm um outro tipo de pensamento”, disse.

“Não tem nada de errado em ser rico, só que a maioria do povo não é rica e não viveu nesse ambiente. É por isso que os políticos param no meio do caminho”, completou França. Ele é o terceiro colocado na disputa ao governo com 5% das intenções de voto, atrás de Doria (20%) e Paulo Skaf (MDB) (18%), pela pesquisa Datafolha, de 20 de agosto (a margem de erro é de 3 pontos percentuais). França foi o primeiro candidato a governador a fazer campanha na região.

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