PEDRO HENRIQUE FEITOSA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
A Votorantim Cimentos, responsável pelo projeto de expansão da pedreira em Itapecerica da Serra, afirma que a unidade de exploração de brita necessita da ampliação para manutenção da produção atual – insumos para obras importantes como escolas, hospitais -, que o empreendimento terá compensação ambiental e preserva os mananciais, e se o licenciamento não sair encerrará as atividades “nos próximos anos”, com “efeitos negativos para a região”.
A Votorantim enviou nota ao VERBO em resposta ao questionamento de não ter participado da audiência pública no dia 6 na Assembleia Legislativa, para discutir impactos da expansão da pedreira, no bairro Itaquaciara. O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) promoveu a discussão após participar de uma audiência (não oficial), realizada pelo movimento Preservar Itapecerica, que denuncia que o projeto acarretará desmatamento e destruição de nascentes.
A Votorantim diz que a pedreira contribui com a construção civil, em Itapecerica e toda a Grande São Paulo, desde a década de 1950, e que em 2008 assumiu a unidade. “Com a ampliação da área de mineração para manutenção da capacidade atual de produção, cerca de 80 empregos serão mantidos e a empresa tem por premissa utilizar em seus projetos mão de obra, serviços, comércio e insumos locais, o que contribui para a economia das cidades da região”, diz.
A empresa promete investir R$ 44,2 milhões na pedreira. “Além disso, conforme apresentado em audiência pública em dezembro de 2017 e em reunião com o Conselho Municipal de Meio Ambiente em maio deste ano, a Votorantim “fará compensação ambiental de acordo com Lei Federal e Estadual, além de criar 25 programas ambientais, que incluem capacitação e gestão ambiental que irão prevenir ou minimizar eventuais impactos gerados pelo empreendimento”, diz.
A Votorantim afirma ainda que, “conforme Estudo de Impacto Ambiental o projeto atende todas as legislações relativas à proteção dos mananciais da região”. Assim, ela avisa que manter a pedreira depende da aprovação do licenciamento em curso. “Caso não aconteça, a previsão é de suspensão da operação nos próximos anos, com consequentes desligamentos e efeitos negativos para a região”, diz. Quanto à pergunta de não ter ido à audiência, a empresa ignorou.
> LEIA NA ÍNTEGRA NOTA DA VOTORANTIM CIMENTOS SOBRE EXPANSÃO DE PEDREIRA EM ITAPECERICA
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Votorantim mente quanto ao número de empregos na pedreira para justificar destruição dos mananciais. Segundo relatório da empresa entregue à população, são somente 57 empregos e não 80 como divulgado. Além disso, declarou na Audiência Pública do empreendimento que não vai gerar um só emprego caso faça a expansão.