ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Em desentendimento violento na base de governo motivado pela “tensão eleitoral”, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e o vereador Alex Bodinho (PPS) trocaram insultos e quase se agrediram durante intenso bate-boca na manhã desta quinta-feira (16) na prefeitura de Taboão da Serra. Fernando se irritou com Bodinho por não apoiar a candidata a deputada federal Bruna Furlan (PSDB). Indignado com o tratamento, o vereador diz que agora é oposição ao prefeito.
Fernando se desentendeu com Bodinho, mas outros vereadores da base governista também têm manifestado apoio a Ely Santos (PRB), irmã do prefeito Ney Santos, de Embu das Artes, sem deixar, porém, de apoiar a candidata à reeleição a deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), mulher do prefeito. Ao apoiar Bruna – de Barueri (SP) -, Fernando vetou material de campanha de Analice junto com Ely e frustrou o plano dos vereadores de apoiar candidaturas distintas.
Fernando não gostou da “desobediência” de Bodinho – que estava acompanhado de outros vereadores na reunião – e o “tempo fechou”. Com a gritaria, o assessor do prefeito Ricardo Piñeiro, conhecido como Doriana, que estava na sala ao lado, entrou no gabinete, e a tensão do entrevero se elevou. Doriana confirmou que ocorreu a confusão, mas disse que entrou na sala “apenas para acalmar” os ânimos. Testemunhas afirmam, porém, que troca de agressões aconteceu.
Questionado sobre o motivo da confusão, Bodinho apontou o descompasso em relação à “imposição” do prefeito de que os vereadores apoiassem Bruna e a vontade dos governistas, notadamente do PSDB, que sempre tiveram relação estreita com Ney, como Carlinhos do Leme e Érica Franquini, ou passaram a ter, caso de Eduardo Nóbrega, candidato declarado à sucessão de Fernando em 2020 – o irmão Anderson Nóbrega se tornou secretário de Esportes de Ney.
“Eu queria apoiar a Analice [Fernandes] e a Ely [Santos], mas como não houve acordo vou apoiar só a Ely e o Hugo Prado [candidato a deputado estadual], do Embu”, disse Bodinho ao “Taboão em Foco”. O vereador, em primeiro mandato, disse que foi alvo de agressão do livre-nomeado do prefeito. “Eu entrei no gabinete, entreguei meus cargos e dei as costas. Ele quis me agredir. Aí veio um assessor dele para me agredir e eu consegui me defender”, relatou.
Bodinho anunciou não compor mais a base de apoio ao prefeito. “Pode colocar no jornal. Eu estou fora do governo. Sou oposição ao Fernando Fernandes. Já até fechei acordo. Saímos de uma reunião agora”, afirmou ainda ao site, sobre os candidatos que apoiará. Ironicamente, na campanha em 2016, ao pedir voto no reduto de Bodinho, no Jardim Panorama (Pirajuçara), Fernando enalteceu a liderança comunitária diante da popularidade no bairro do então aliado.
Do PRB, Ely disputa a eleição na coligação do PSDB, mas Ney e o outro candidato que lançou, Hugo, verbalizam apoio ao governador e candidato à reeleição Márcio França (PSB), desafeto do candidato João Doria. Em junho, ao lado de Doria no palanque em Taboão, o prefeito, “soldado” do tucano, acusou França de “barganha eleitoral” ao “distribuir” recursos aos prefeitos aliados. Em julho, Hugo criticou a saúde e o transporte gerenciados pelo governo do PSDB.
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