CIDADÃO COMUM
Colunista do VERBO ONLINE
Dando continuidade ao texto sobre a Secretaria de Turismo, tema que abordei na minha estreia, há dez dias, aqui no VERBO ONLINE, inicio falando sobre a feira de artes de Embu das Artes. Ela já foi considerada, há anos atrás, uma das maiores feiras de artes a céu aberto do Brasil. Hoje, o que vemos é uma feira que tem poucos artistas que ainda realmente fazem arte de verdade, artistas que colocam suas almas e suas vidas, seja numa peça esculpida ou em algumas pinceladas em uma tela, ou simplesmente nos seus pequenos versos para declamar uma poesia.
Mas é muito pouco diante das porcarias que se produzem hoje nessa feira, o que vemos é uma desunião total entre os artistas, e um verdadeiro desmonte dessa feira através dos governos que há anos vêm tentando convencer que o turismo não é o caminho para a crescimento de uma cidade como Embu das Artes. É uma pena que tudo isso esteja acontecendo na cara de todos e ninguém com coragem ou união faça alguma coisa para evitar.
Conselho gestor…
Essa feira de artes é tão tradicional que foi criado até um conselho gestor com membros de várias segmentos que compõe a feira, mas o que vemos hoje é um jogo de empurra pra cá, pra lá… O ego pessoal fala mais alto que o espírito da coletividade e vontade de preservar o que ainda resta de melhor de artes. Mas tem um setor que está adorando essa desunião entre os artistas, é o governo, pois só assim facilita de uma vez por todas o projeto de transformar Embu das Artes em a cidade dos outlets.
Hoje, esse conselho gestor é composto pela maioria de artistas, mas o novo projeto desse governo transforma o conselho gestor em partidário, o que quer dizer que o governo terá o mesmo número de membros que a sociedade civil, e o plano do governo é presentear os artistas com a presidência do conselho. Mas o que eles não estão contando é que o presidente só vota em caso de empate, o que daria ao governo uma vantagem para aprovar todos os projetos de interesses deles, pois eles têm a maioria, e o que eu vejo é que alguns membros da sociedade civil estão contentes com tudo isso, pois eles só estão ali para defender seus projetos pessoais, e não o coletivo.
Uma bagunça…
Hoje a feira de artes é uma verdadeira bagunça. Eu estive andando por lá e pude ver com meus próprios olhos, e todos que estão preocupados com o que eu vou escrever em meus textos, façam-me um favor, não se preocupem comigo, eu não sou o inimigo da feira ou da Secretaria de Turismo, eu só estou colocando o dedo onde vocês não gostam. Onde estão os artistas de verdade desta feira? Por que eles não estão mais expondo seus trabalhos ? Por que existem privilégios para uns e para outros não?
Por favor, não venha me falar que não existe isso porque realmente existe, o governo só pensa em ter receita para os cofres públicos, mas não tem a capacidade de elaborar projetos bons e com consistência para o turismo da cidade. A secretaria nada mais é que um cabide de emprego para pessoas sem o mínimo conhecimento em turismo, ou pelo menos em gestão de projetos para a área.
Na verdade, em poucas palavras, essa secretaria hoje é comandada por um grupo político, que nem eles mesmos se entendem, a grande maioria ali ou especificamente dois funcionários estão tentando passar uma rasteira no trabalho da secretária Rosana Almeida e da Augusta. Então eu vou deixar um recado para a secretária Rosana: cuidado, esses dois estão jogando contra a senhora, fazendo jogo duplo para tirar a sua cadeira.
Eventos…
Esses grandes eventos que o governo está realizando no Centro Histórico será que realmente estão colaborando para atrair o turista para a cidade? Não, eu digo que esses eventos estão servindo somente para o marketing do governo, e para atender os anseios dos comércios locais, bares e restaurantes, que não fazem nada para ajudar o crescimento turístico da cidade, pois quando andamos pela feira o que vemos é aquele monte de mesas e cadeiras espalhadas pela a ruas do Centro Histórico, e não se assustem, pois o governo não cobra pelo o uso da ocupação do solo, e sabe porquê? Porque o governo não quer se indispor com os comerciantes locais.
Se você for durante a semana almoçar no centro você paga em torno de R$18,00 por um almoço comercial. Agora se o turista vem em um final de semana para almoçar ele vai pagar no mesmo comercial em torno de R$ 45,00. Isso se chama roubo. Em outras palavras, é o chamado “espanta turista”, e o artista que está ali muitas vezes vendendo sua arte a preços de banana não consegue vender, pois aquele turista deixou o pouco que tinha nos bares e restaurantes, e o pior é que todos esses eventos que acontecem são pagos pela Secretaria de Turismo, que muitas vezes nem passa pelo Contur, o Conselho Municipal de Turismo.
Tráfico a céu aberto…
Se você andar pelas ruas do centro ou pela praça no período da noite, o que se pode ver é um verdadeiro tráfico de drogas a céu aberto. São barracas espalhadas por todo Centro Histórico, que não são recolhidas, e os fiscais da Secretaria de Turismo não fiscalizam, sendo que eles são pagos para fazer isso. E não para por aí: as câmaras de vigilância, nenhuma está em funcionamento.
O mais triste é ver aquele monte de jovens adolescentes e às vezes crianças usando drogas e bebidas livremente aos olhos de todos, e o Conselho Tutelar? O que está fazendo para fiscalizar e responsabilizar os responsáveis por esses adolescentes. Tudo isso é muito triste para eu escrever, pois também sou pai de adolescente, não dá para ver adolescentes usando drogas e fazendo sexo a céu aberto e ficar indiferente.
Vou terminar este texto com um pedido para as pessoas responsáveis pelo turismo da cidade e para os artistas e expositores: ou todos se unem em um só propósito de manter esta cidade como um berço turístico, ou até o final desta gestão está cidade vai virar um verdadeiro puteiro. Um governo que não preserva sua história e suas tradições não pode ser chamado de governo, e sim de assassinos.
* Cidadão Comum tem coluna publicada às segundas e quintas-feiras, com exclusividade, no VERBO ONLINE
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