RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O assessor do prefeito Ney Santos (PRB) Renato Oliveira se evadiu da região por medo de ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele não foi localizado para receber intimação para audiência no Fórum de Embu das Artes sobre o caso Binho. Na madrugada de 28 de dezembro de 2017, Renato e o segurança Lenon Roque derrubaram o repórter e chargista do VERBO Gabriel Binho na rodovia Régis Bittencourt, após seguirem a vítima desde a praça central de Embu.
De acordo com fontes do próprio governo Ney, com a possibilidade de o pedido de prisão ser acatado, Renato decidiu fugir para não ser encontrado, ao seguir recomendação da defesa, em repetição da estratégia do chefe, Ney. “Acabei de saber que já está se evadindo. ‘Caiu’. O advogado já tinha orientado ele fazer igual o patrão, de já se esconder para não correr risco de prisão, enquanto a defesa tentará um HC [habeas corpus]”, disse um interlocutor de Renato ao VERBO.
Em março, Ney teve aprovada na Câmara – com a conivência de 11 vereadores – licença por tempo indeterminado sob alegação de “interesse particular” – admitia deixar o cargo “para cuidar de perto do processo”. Contudo, ele se afastou como “manobra” para poder fugir caso tivesse o habeas corpus derrubado pela Supremo Tribunal Federal e voltasse a ter a prisão decretada. Ney é denunciado por associação a facção criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Um oficial de Justiça fez diligências nos últimos dias para entregar intimações para a audiência, marcada para 19 de setembro. Mas não encontrou Renato, denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio triplamente qualificado. “Ele disse que não estava encontrando ele”, contou Binho, que também estará diante do juiz, mas como vítima. Sem achar Renato, o oficial entregou a intimação ao representante de Renato, no escritório Cyrillo Advogados.
Conforme apurou o VERBO, a audiência terá muitos convocados, entre eles os policiais que ficaram responsáveis pelo caso, os delegados Alexandre Palermo, então titular da Delegacia Central de Embu, e Andreas Schiffmann, que conduziu a investigação. Eles foram afastados da unidade após indiciamento – “suspeito” – de Renato e Lenon por lesão corporal. As evidências eram de tentativa de homicídio, por exemplo, Lenon, por ordem de Renato, atirou contra Binho.
Procurado nesta segunda-feira depois das 23h, Renato tentou tapear o VERBO. Indagado se já tinha sido intimado para a audiência sobre o caso Binho, Renato respondeu: “Não chegou documento ainda. Mas meu advogado falou que será em setembro”. A reportagem disse que o oficial de Justiça não o tinha localizado para entregar a intimação. “Continuo no mesmo lugar de sempre. Mas fico muito fora de casa. Só chego esse horário”, alegou o assessor do prefeito Ney.
Renato mandou localização de que estava no Jardim Vista Alegre, Embu. “Terminando uma reunião e indo para casa”, disse, citando onde moraria em Embu – que consta na intimação, onde o oficial o teria procurado. A reunião era de apoio aos candidatos a deputado Ely Santos e Hugo Prado. Mas Renato não apareceu, contaram ao VERBO lideranças na reunião. “Não foi”, disse uma delas. Segundo informações, Renato e Lenon teriam se evadido para Minas Gerais.
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