ALCEU LIMA
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
No décimo dia de protesto contra a alta do diesel, caminhoneiros que estavam parados na rodovia Régis Bittencourt, nos dois sentidos, na altura do km 279, em Embu das Artes, deixaram a estrada na manhã desta quarta-feira (30), por volta das 9h30, com a chegada do Exército. Sob pressão “psicológica”, com sobrevoo de robusto helicóptero das Forças Armadas, os manifestantes bateram em retirada com a aproximação de tropas em um ônibus e quatro caminhões.
Com o fim da paralisação na rodovia que virou notícia diária na mídia nacional como principal ponto de resistência do movimento iniciado na semana passada, em trecho estratégico – a cerca de um quilômetro do acesso ao Rodoanel -, moradores de Embu chegaram a celebrar a chegada do Exército. “Juntou cinco veículos lotados de militares. Não ficou um [caminhoneiro]”, disse um artista, que falou que deixou de ganhar R$ 100/dia devido a “vida que parou” na região.
Um funcionário público atestou que os caminhoneiros não ofereceram resistência e voluntariamente desmobilizaram o protesto. “Quando chegou o Exército, eles já subiram no caminhão e saíram”, disse. Às 14h, dois caminhões do Exército e uma viatura da Polícia Rodoviária Federal permaneciam na Régis no sentido Curitiba no km 280, em Embu. Motoristas participantes do protesto que permaneceram em posto de gasolina que servia de base para o grupo ficaram desolados.
Após deixar a rodovia, alguns caminhoneiros procuraram retribuir aos moradores da cidade que prestaram apoio à categoria ao longo do movimento com entrega de refeições e outros bens de primeira necessidade. Os motoristas foram até a comunidade do Jardim Silvia, região central de Embu, e entregaram alimentos e também itens de higiene e roupas que tinham recebido durante a longa permanência na estrada – eles não ficaram com os produtos doados.
FILAS
Um dia depois de filas quilométricas e demora para abastecer de pelo menos cinco horas em escassas bombas na região – nove (cinco em Embu, dois em Taboão da Serra, um em Itapecerica da Serra e São Lourenço da Serra) -, mais postos, dezenas, voltaram a vender combustíveis na região hoje e registraram grande movimento, mas com espera bem menor, em alguns de menos de uma hora. No da estrada Tenente José Maria da Cunha, no Jardim Record, em Taboão, um motorista não guardou o valor pago. “Eu nem vi preço, estou no desespero atrás de gasolina”, disse.
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