ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
O vereador Jonas Feijó (MDB) rebateu críticas do prefeito Jorge Costa (PTB), que falou que o que o parlamentar “diz e nada para mim é a mesma coisa” e desafiou Jonas a pelo menos “mostrar um projeto que ele fez que beneficiou a cidade”, ao comentar que o hoje único opositor ao governo na Câmara está já “no terceiro ou quarto mandato”. Jorge fez as declarações na sessão pelos 141 anos de Itapecerica da Serra ao falar sobre a demora na entrega do kit escolar.

Após fala de Jorge, Jonas enviou nota ao VERBO para rebater o prefeito. Ele esclarece que está no terceiro mandato, ajudou a aprovar projetos de relevância para Itapecerica, como também votou contra projetos “impopulares”. “Votei contra o aumento do IPTU e o aumento da taxa de lixo. E no meu primeiro mandato, cujo prefeito era ele mesmo, votei contra a extinção da bolsa auxílio-universitário, cujo projeto foi também de autoria do atual prefeito”, alfineta.
“E veja que ironia, o prefeito em sua entrevista disse: “O que me interessa são os alunos, os professores e a educação”. Entretanto, mandou para a Câmara esse projeto”, cita. Ele diz ainda que Jorge, como “não bastasse, em 2017, assinou um contrato milionário com a empresa Infinity, para execução de aulas de informática e não renovou o contrato da empresa que fazia a faxina nas escolas, deixando tudo por conta dos diretores e APM [Associação de Pais e Mestres]”.
Jonas diz que Jorge “também cortou o pagamento de horas extras aos professores, como se um computador pudesse substituir o profissional da pedagogia”. “E vou além, tenho conhecimento de que sequer existem computadores em perfeito funcionamento nas escolas municipais para que essas aulas sejam ministradas. Ou seja, tudo não passa de uma ficção”, diz. Ele ressalta que não apresenta projetos que dependem de gastos públicos, pela lei não permitir.
No entanto, Jonas afirma que cumpre “muito bem” o papel de vereador, “enviando as indicações para que sejam executadas as obras necessárias”. “Pois eu moro e ando pela cidade, ao contrário dele que só faz o caminho da casa dele, que não é em Itapecerica da Serra, até o seu gabinete na prefeitura. Como vai conhecer a cidade e saber quais são as suas necessidades? Porém, mesmo este vereador encaminhando as indicações, praticamente nada é feito”, dispara.
Ele diz que basta andar pela cidade. “Ruas esburacadas, trânsito caótico, sem opção de transporte coletivo, aumento de IPTU e taxa do lixo sem legislação pertinente que autorize, professores mal remunerados e sem plano de carreira, escolas sucateadas, quadras poliesportivas interditadas, postos de saúde abarrotados e sem manutenção física, sem informatização dos serviços, sem vigilância sanitária, sem segurança, sem emprego e obras abandonadas”, lista.
Jonas diz que recebeu “várias denúncias de pais de alunos” sobre o kit. “Mandaram fotos dos kits em sacos plásticos, amontoados nas escolas, aguardando autorização do prefeito para serem entregues. Minha indignação quando pensei no pai e na mãe que não têm condição de comprar o material do filho, por estar desempregado ou outro motivo, fez com que eu enviasse requerimento pedindo explicação sobre a não entrega, mesmo estando nas escolas”, afirma.
Ele afirma que, “assim que foi protocolado, foi dada a ordem por e-mail pela Secretaria da Educação, para que fossem entregues todos os kits – fiquei sabendo por boca de professores, diretores e pais de alunos que foram obrigados a comparecer nas escolas para assinar protocolo de retirada”. Ele questiona o fato de Jorge ter dito que o atraso ocorreu por se tratar de “empresas que ganham as licitações com preços lá embaixo e não têm capacidade técnica de entregar”.
“Como um gestor pode dar uma declaração desta? Onde já se viu contratar empresa que não tem capacidade técnica, se é um dos critérios da Lei de Licitações? Também não soube informar o nome da empresa que ganhou a licitação para as mochilas. São elas: Bollimp – contrato de R$ 2.932.255,11, e LV Distribuidora – contrato de R$ 1.694.991,20”, frisa. Ele diz que também o uniforme escolar constou no programa de governo de Jorge “e agora diz que não entrega”.
Jonas diz que sabe o nome das empresas e os valores do contrato e quando o prefeito diz que o que fala e nada é a mesma coisa “demonstra seu desrespeito pelo Legislativo e pelo povo”. “O prefeito é o gestor das desculpas. Se não entrega material escolar, é culpa da empresa, se não realiza nenhuma obra, é culpa da crise orçamentária, Por ser o prefeito das desculpas, deveria, de uma vez por todas, pedir mil desculpas à população por sua má gestão”, diz Jonas.
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