Joãozinho divulga ofensas a Marielle; orientado a se retratar, vereador se desculpa

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador Joãozinho da Farmácia (PR), de Embu das Artes, fez “coro” a enxurrada de mensagens falsas divulgadas na internet após a morte de Marielle Franco (PSOL) e compartilhou no sábado (17) postagens ofensivas à vereadora do Rio de Janeiro, assassinada junto com o motorista Anderson Gomes três dias antes, na quarta-feira (14). O vereador, em primeiro mandato, é da base de apoio ao prefeito Ney Santos (PRB) – que tem se notabilizado por ataques às mulheres.

Vereadora Marielle (PSOL-RJ), assassinada
Marielle (PSOL-RJ), morta há uma semana, e Joãozinho da Farmácia (PR), que divulgou ofensas à vereadora
Postagens
Publicações no perfil de Joãozinho contra Marielle; retratação de vereador, que atribui mensagens a assessora

Em perfil no Facebook, Joãozinho compartilhou postagens de grupos intitulados de “direita” ou simpatizantes que acusam Marielle de envolvimento com o crime ou com traficante, defender o tráfico de drogas, combater as forças de segurança pública e ainda atacam a vereadora com descriminação à opção sexual da moradora nascida e criada no Complexo da Maré (zona norte do Rio). “Heroína da paz?”, ironiza uma das mensagens divulgadas pelo parlamentar.

Um militante do PSOL de Taboão da Serra denunciou as publicações. “O vereador de Embu das Artes, João Girardi/PR, mais conhecido como Joãozinho da Farmácia, vem postando e compartilhando e reproduzindo informações caluniosas no intuito de desqualificar a vereadora Marielle Franco/PSOL (assassinada na última quarta-feira), associando-a ao crime organizado, ao tráfico de entorpecentes e mentindo sobre sua vida conjugal”, escreve José Afonso da Silva.

Afonso diz que o vereador é o que votou a favor de medidas impopulares como o veto ao Disque 180, de denúncia de violência contra as mulheres. “Estou encaminhando os prints e links da página para os advogados voluntários que estão processando os caluniadores de Marielle”, afirmou. Defensores de Marielle já receberam mais de duas mil denúncias e planejam enviar os casos à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática ou para retratação pública na Justiça.

OUTRO LADO
Procurado na segunda-feira, Joãozinho disse que logo que estacionasse o carro falaria com o VERBO, mas não retornou. Às 10h50 desta terça-feira (20), pelo Facebook, ele se retratou. “Venho através deste canal expressar minhas desculpas á [sic] seus familiares e a todos por uns compartilhamentos indevidos e erroneos [sic] em relação a Vereadora Marielle Franco (Psol RJ) […] Meus faces não são para difamar ou caluniar alguém”, escreveu o vereador.

Apenas no fim da tarde, Joãozinho procurou o VERBO para pedir desculpas e alegou que as postagens foram feitas por uma assessora. “Já me retratei da situação. Tinha uma pessoa que cuidava dos meus Faces e acabou compartilhando essas coisas, [mas] eu sou contra. Ela já foi desligada de todas as atividades minhas”, afirmou. Conforme apurou a reportagem, porém, ele apagou os posts e se desculpou – apenas três dias depois – só após ser orientado a se retratar.

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