Com Ney, nenhuma câmera funciona, central tem telões apagados e está ‘largada’

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

EXCLUSIVO. A Guarda Civil de Embu das Artes pode contar com sistema de videomonitoramento para prevenir crimes e identificar bandidos após a prática dos delitos, suporte valioso no combate à criminalidade e garantia de tranquilidade à população. Poderia. As cerca de cem câmeras de segurança instaladas em pontos principais de Embu simplesmente estão inoperantes, não funcionam. A central de captação das imagens está largada, com dois grandes telões apagados.

Central de monitoramento
Central de videomonitoramento, dentro da prefeitura, inoperante há ao menos 3 meses, com telões apagados

O descaso do governo Ney Santos (PRB) é tamanho que a sala de operações fica a poucos metros do gabinete do prefeito, dentro da prefeitura, mas está sem utilidade pelo menos desde o fim do ano passado. Os monitores desligados chamam atenção. “Quer dizer que não está funcionando nenhuma câmera. Das quase 90 câmeras que tinham instalado, não funciona nenhuma. Nenhuma! E isso tem uns três meses já”, disse um funcionário ao VERBO.

As câmeras de segurança desligadas abrangem uma grande área da cidade, a região central e o Parque Pirajuçara até o Jardim São Marcos. Conforme apurou a reportagem, moradores vítimas de crimes nas três localidades têm ligado 153 para saber se a Guarda Municipal tem armazenadas as imagens e como podem ter acesso ao vídeo, mas têm ouvido da atendente que a GCM não tem o material. “A cidade está sem monitoramento. Completamente”, disse o funcionário.

Servidores não sabem dizer ao certo a razão da inoperância do sistema de vigilância municipal, “só sei que está daquele jeito, largado”, disse outro funcionário, que também não quis se identificar para evitar represália do governo. “Para você ter uma ideia, antigamente ali trabalhavam dois guardas, mais seis funcionários civis, que eram contratados para atuar no monitoramento. Hoje só ficam os dois guardas, os funcionários foram todos dispensados”, contou ele.

O governo Ney é criticado pela incapacidade de pôr uma ferramenta contra o crime para funcionar. “Eles falam que foi um ‘software’ [programa de computador] que queimou e é caro [para repor], mas mesmo que aconteceu isso eles deveriam avisar a população. O cidadão pensa que está funcionando e não está. Como morador da cidade, eu me sinto enganado, nos locais tem placas falando que a cidade está sendo monitorada, mas na verdade não está”, disse.

A rigor, a população está à mercê da criminalidade em mais um gargalo da segurança na cidade, quando o governo até criou uma secretaria da área. “Nesse ponto do monitoramento, sim. O policiamento [patrulha da GCM] continua normal. Só que atrapalha o próprio serviço do guarda, já que perdeu aquele apoio que ele tinha”, disse o funcionário, que sabe como vai ficar o morador que precisar recorrer às imagens. “Ele vai ter uma grande decepção”, afirmou.

OUTRO LADO
O VERBO contatou o ouvidor da prefeitura, Fagner Gouveia (que atua como “jornalista”, em desvio de função), mas ele não respondeu sobre a inoperância do sistema de videomonitoramento. No fim da tarde desta sexta-feira (16), na Câmara Municipal, o governo fará a entrega de novos armamentos para a GCM – 60 pistolas .380 e seis espingardas calibre 12. “Não dá para entender, investe de um lado e não investe do outro”, disse um funcionário ligado à Segurança.

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