ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Diretores e educadores da ONG Solar dos Unidos, acompanhados de pais dos filhos atendidos, além do presidente de honra da obra social, vereador Professor Moreira (PSD), realizam protesto na manhã desta sexta-feira (9), na Câmara Municipal de Taboão da Serra, contra a decisão do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) de encerrar convênio com a entidade. Em atividade há quase 20 anos, no Jardim Clementino, a ONG atende 175 crianças e adolescentes carentes.
Em dezembro do ano passado, conforme revelou o VERBO com exclusividade, Fernando tentou encerrar por meio de “rolo compressor” de integrantes do governo no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) o atendimento da ONG, mas os membros das entidades no órgão resistiram à pressão e foram contra. O prefeito forçou, porém, nova votação, duas semanas depois, dois dias após o Natal, e fez o conselho aprovar a não renovação do convênio.
À época, a Secretaria de Assistência Social apenas comunicou “a título de informe” que a prefeitura iria assumir os serviços da ONG, em razão da inauguração de um Cras (Centro de Referência de Assistência Social) no Clementino “a partir” de fevereiro de 2018. Na ocasião, os conselheiros das entidades afirmaram que a ONG atende com excelência, ao contrário do serviço precário do Cras, e que não votariam “em algo que não existe”. O Cras ainda não foi aberto.
Na última sessão da Câmara, na terça-feira (6), funcionários e pais de alunos da Solar dos Unidos pediram apoio dos vereadores para não encerrarem as atividades. O pedido de rescisão feito pela prefeitura jogou mais combustível na relação já tensa entre prefeito e base de apoio na Casa e levou vereadores governistas a atacar a gestão de Fernando. Eduardo Nóbrega (PSDB), líder do governo, cobrou a secretária Arlete Silva (Assistência) a dar explicações nesta sexta.
Após ouvir a responsável por uma criança atendida pela ONG acusar que o Cras serve má alimentação, Nóbrega falou em “intervenção”. “Se o governo desta cidade está dando duas bolachas para as crianças comerem, aí temos que ter uma intervenção urgente, na secretaria, melhor, no atendimento do Cras”, disse. No conselho, diante das deficiências apontadas, a gestora da secretaria Sylvia Cerresi se limitou a dizer que “as mudanças fazem parte do processo”.
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