Mandado por Jones, Bobilel critica só para secretário gravar e desqualificar imprensa

Especial para o VERBO ONLINE

Secretário

RÔMULO FERREIRA
Diretor-geral e editor-chefe do VERBO ONLINE
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador Bobilel Castilho (PSC) fez críticas incisivas e colocou a imprensa sob suspeição durante sessão da Câmara de Embu das Artes nesta quarta-feira (7). Ao acusar perseguição ao prefeito Ney Santos (PRB), ele criticou os sites e jornais da região por não noticiar um apontamento contra as contas do então prefeito Geraldo Cruz (PT). Bobilel fez o discurso hostil, porém, para o secretário Jones Donizette (Comunicação) registrar e expor a imprensa, alvo de ataques de Jones.

Bobilel
Bobilel (PSC) faz discurso ‘combinado’ para secretário Jones gravar e publicar contra imprensa em rede social
Jones
Jones e o pai de Bobilel, o ex-vereador Zezinho do Castilho, na sessão; imprensa, no WhatsApp, rejeita ataque

Voz mais eloquente e ácida do governo contra opositores na Câmara, Bobilel voltou as baterias contra a imprensa e chamou a atenção dos veículos na sessão, entre eles o VERBO. “O Ministério Público fez apontamento de irregularidade nas contas do deputado [Geraldo quando prefeito]. Pergunto à imprensa que está aqui, por que não foi colocado em nenhum jornal? Não saiu em nenhuma imprensa! Que política é essa, só sabe apontar para uma pessoa [Ney]”, disse.

Mais adiante no discurso, de 15 minutos, Bobilel questionou várias vezes a imprensa e subiu o tom, colocando em dúvida a seriedade dos veículos. “Eu nunca tive nada da política, o que eu tenho é de antes da política, e o que eu tenho é mérito meu, não é roubado, não. No dia em que eu tiver roubado, eu quero que os vereadores aqui desta Casa me cassem. Agora, é muito estranho acontecer tantas coisas nesta cidade e não sair nesta imprensa”, disparou o vereador.

Bobilel insistiu na cobrança. “Eu não vi em nenhuma imprensa alguém falar do [documento do] Ministério Público [Tribunal de Contas]. Não é um órgão sério, é um órgão político? Me aponte um jornal onde foi citado isso”, disse o vereador. “Taí um monte de apontamentos, eu queria só entender uma coisa: por que não saiu nada do apontamento sobre o deputado? Nenhuma imprensa, não falaram nada. Está aqui [exibiu papel], ninguém veio pedir para nós”, falou.

Ele ironizou ao dizer ter a expectativa de que o parecer do tribunal ainda será notícia. “Eu acho que ainda vou ver esse apontamento [publicado], porque não é possível que o Ministério Público apontou isso e não saiu em nenhuma imprensa, que ainda não chegou ao conhecimento da imprensa. Se não chegou, que fique bem claro para a imprensa que está aqui neste momento, vai [sic] até o diretor desta Casa e pegue esses apontamentos”, declarou Bobilel.

Bobilel citou “imprensa” e “jornal” nove vezes, com raciocínio repetitivo. Os veículos estranharam, mas viram com boa fé o discurso. Quando Bobilel se aproximou da área da imprensa no plenário, o jornalista de um site pediu uma cópia do documento – que seria compartilhado entre os repórteres. Ele disse que ia disponibilizar. Bobilel passou outra vez diante dos profissionais e a sessão acabou, e ele não entregou o material. Também não procurou o site após a sessão.

Curiosamente, logo após Bobilel discursar e ainda com a sessão em andamento, Jones, no plenário, fez uma postagem em rede social – às 11h49 – do vídeo que fez da fala do vereador, dizendo que ele “questiona a imprensa”, em evidência de que Bobilel fez o discurso “ensaiado” a mando do secretário para tentar desqualificar a imprensa. Com obsessão em atacar a imprensa, Jones, após o julgamento do STF favorável a Ney, xingou os jornalistas com palavra de baixo calão.

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