Vestidos de branco, 2 mil caminham em Taboão pelo fim da violência contra mulher

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Cerca de 2 mil pessoas participaram no sábado (25) em Taboão da Serra de caminhada pelo fim da violência contra a mulher. O ato, que se iniciou na Câmara Municipal, na estrada São Francisco, passou pela avenida Governador Franco Montoro (a via do shopping da cidade) e tomou a rodovia Régis Bittencourt, até a praça Nicola Vivilechio (centro), reuniu vereadores, lideranças comunitárias, ativistas e entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Taboão.

Participantes da caminhada em enfrentamento à violência contra a mulher
Participantes da caminhada pelo fim da violência contra a mulher se concentram na Câmara para saída do ato
Caminhada toma rodovia Régis
Políticos, lideranças e membros de entidades ocupam rodovia Régis Bittencourt até a praça central de Taboão

Com quase todos os participantes vestidos de branco, com balões e cartazes em repúdio à violência de gênero, a caminhada teve o caráter de conscientização e de advertência em favor das vítimas de agressões de companheiros ou por reclamarem direitos até elementares como privacidade. “É um alerta devido a tantos acontecimentos de violência à mulher este ano na nossa região. É hora de mudar isso”, disse a moradora Maria do Carmo, 57, engajada pela causa.

A presidente da Câmara, Joice Silva (PTB), disse que a caminhada é parte de um trabalho que busca cessar a violência contra a mulher. “A importância é para pedir basta na violência contra a mulher. Temos que chamar a atenção da sociedade, e alguma coisa tem que ser feita para que o feminicídio seja encerrado. Não dá mais para, diariamente, a gente escutar notícias de mulheres sendo agredidas, sendo mortas”, disse a vereadora, uma das organizadoras.

De acordo com Joice – a primeira mulher a presidir o Legislativo de Taboão -, uma grande discussão pública será feita na cidade para debater o flagelo que afeta não só a mulher agredida ou morta, mas a família inteira. “Vamos fazer um grande fórum agora para discutir políticas públicas junto com a sociedade, junto com as vítimas de violência, para que a gente possa buscar alternativas de melhorar e diminuir esses índices”, contou a vereadora, sem ainda informar data.

Para a vereadora Priscila Sampaio (PRB), a iniciativa visou dar visibilidade à causa e gerar leis que favoreçam as vítimas. “Que o Congresso Nacional olhe o nosso ato, que isso possa ser divulgado no Brasil inteiro para que tenhamos políticas públicas eficazes no quesito de violência contra a mulher. Que tenhamos leis rígidas que protejam essa mulher, o filho dessa mulher, e busque a recuperação dos homens agressores, o que é, na minha opinião, importantíssimo”, disse.

O vereador Marcos Paulo (PPS) considerou o ato como a “maior caminhada da história da cidade” e defendeu a união da região para discutir soluções. “É importante os municípios abraçarem essa causa, quando unimos forças, sociedade civil, igreja, sindicato, pessoas do povo, começamos um trabalho de conscientização para que as mulheres alcancem a liberdade de escolha, a liberdade de relacionamento e que não sofram nenhum tipo de violência”, disse ele ao VERBO.

O ato teve também a presença de representantes de Embu das Artes, como a vereadora Dra. Bete (PTB) e o secretário de Saúde, José Alberto Tarifa, e de Itapecerica da Serra, como o vereador Markinhos da Padaria (Pros). Entre os vereadores de Taboão, participaram, além de Joice, Priscila e Marcos Paulo, Cido (DEM), Ronaldo Onishi (SD), Professor Moreira (PSD) e Johnatan Noventa (PTB). O presidente da OAB de Taboão, Moacir Tertulino, também marcou presença.

Mas nem uma causa tão nobre se viu livre de “picuinha política”. A caminhada foi marcada pela ausência quase total dos servidores da prefeitura de Taboão, proibidos de comparecer pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB), segundo apurou o VERBO. Fernando alegou a participação de integrantes da oposição. Mas também teria feito objeção pelo ato ter sido articulado pelos vereadores mais “rebeldes” ao governo (o “G8”), sem o grupo “fiel” ao Executivo – Eduardo Nóbrega, Érica Franquini, Carlinhos do Leme, Rita da Saúde, todos do PSDB, e Alex Bodinho (PPS) não caminharam.

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