ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A Câmara de Embu das Artes aprovou na sessão nesta quarta-feira (22) uma moção de repúdio ao deputado estadual Geraldo Cruz (PT) por ter comentado em uma sátira em forma de enquete em uma rede social que confia mais em um pastor alemão – um cachorro – do que em três pastores de igrejas evangélicas no país. Os autores foram os vereadores Gilson Oliveira (PMDB), Hugo Prado (PSB), presidente da Casa, Jefferson do Caminhão (PSDB) e Ricardo Almeida (PRB).
Na parte de debates, Gilson disse ser evangélico e fez discurso contundente contra o deputado. “Geraldo Cruz colocou aqui: ‘Em que pastor você mais confia’. Colocou 1) Silas Malafaia, [2] Edir Macedo, [3] Waldomiro Santiago, e colocou [4] um pastor alemão. O Geraldo, brincando talvez, falou que votaria no quarto [pastor]. Eu não votei nele, já votei no passado, hoje estou liberto, mas o povo votou no Geraldo para criar leis, para trazer recursos para a cidade”, disse.
“Geraldo, quando quiser falar dos evangélicos, lave a sua boca, e pense bem, na época de eleição você vai nas igrejas pedir voto. Ele precisa de um psiquiatra, não está gozando de perfeitas faculdades mentais. Como ele é cara de pau, pensa que o povo esquece, mas o povo está aprendendo a votar. Ele vai se justificar, vai dizer que foi um assessor, mas precisa se retratar com a comunidade evangélica, até porque aqui em Embu passamos de 70 mil evangélicos”, falou.
O presidente comentou a fala do colega e também criticou Geraldo. “O que se espera de uma figura pública é que, de fato, respeite e represente os interesses religiosos, e não saia denegrindo a imagem deles”, disse Hugo, interessado no desgaste do adversário – é pré-candidato a deputado estadual apoiado pelo prefeito Ney Santos (PRB) para enfrentar Geraldo na eleição no ano que vem. No momento da votação, a moção foi aprovada por oito votos a favor e um contra.
Gilson deu a entender que Geraldo foi o autor, mas a postagem foi colocada na terça-feira (21), no Facebook, pelo secretário de Comunicação, Jones Donizette, que usou o comentário para investir contra Geraldo. “Grande falta de respeito da parte do Deputado do PT Geraldo Cruz para com o POVO EVANGÉLICO, principalmente com os irmãos da Igreja Assembleia de Deus, Universal e Mundial”, disse o auxiliar de Ney, que tem usado o cargo para atacar pessoas.
A reprodução de Jones aponta o comentário de Geraldo com os dizeres “Com certezas no 4” – número da opção do cão. Na própria terça-feira, antes da sessão da Câmara com votação da moção de repúdio, o VERBO procurou o deputado e o questionou sobre Jones ter escrito que faltou com respeito aos evangélicos por ter marcado que confia mais no pastor alemão do que nos três religiosos. “Eu não tenho nada a falar com esse povo do Ney”, respondeu Geraldo.
Na sessão, Gilson disse reprovar comentário de Geraldo pela reação de pessoas em sua página em rede social e até leu algumas manifestações com críticas ao deputado. Mas o que auxiliares de Ney têm repercutido tem atraído é críticas ao governo. Na postagem original, de Jones, a esmagadora maioria dos moradores diz concordar com a opção escolhida pelo deputado e outra parte aproveita para criticar a gestão Ney – alvo de forte reprovação após criar a taxa de lixo.
“Ao invés de ficar na internet procurando alguma coisa pra cutucar algum outro político, dá uma passada lá no PS Central e entende o que de fato é DESRESPEITO. Desrespeito com nós, que trabalhamos TODOS OS DIAS pra pagar imposto atrás de imposto e não temos UM SERVIÇO público que preste. Lotação um lixo, só passa de uma em uma hora, saúde um descaso, 3h pra ser atendida e sair sem que o problema tenha sido resolvido”, disse Nathalia Euzebio.
Os parlamentares da Câmara Municipal também viraram alvo por tabela do desgaste do governo Ney. “Minha moção de repúdio é para vocês vereadores, que não cumprem o seu papel! E para este secretário que vive em rede social”, escreveu Hilka Caldi. Outra moradora, Daniele Denise disse estar “aguardando uma moção de repúdio aos vereadores, a favor do povo e contra os impostos abusivos que boa parte da população vai ser obrigada a pagar em 2018”.
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