ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
No anúncio de corte de gastos da administração de Embu das Artes, na quinta-feira (19), o prefeito Ney Santos (PRB) atacou o VERBO ao dizer que a reportagem do site é “bastante tendenciosa, a querer bater no nosso governo” ao ser questionado sobre a diminuição de despesas real da redução de secretarias. Ele demonstrou irritação ao ser instado a dizer como a economia seria grande se manteve praticamente todos os ex-secretários na prefeitura, como diretores.
Na entrevista à imprensa, o VERBO indagou Ney a falar sobre salários se os ex-secretários iam continuar no governo. “Não discutimos ainda qual posição [faixa de ganho], até porque tomamos a atitude [sobre corte de gastos] no fim de semana. Esta semana foi super corrida, não organizamos a forma como vai ficar o governo, não sabemos onde vamos pôr. Mas, lógico, se tiramos o cara de secretário para economizar, não vamos colocar ele com salário nem perto”, disse.
Ney passou a falar que o seu governo tem 350 cargos de livre nomeação, porém “usando 300”. “Vou dar um grande exemplo: quem é o secretário-adjunto de Saúde? Não tem, nunca nomeamos, não teve precisão, é um salário que não está sendo pago a ninguém, todo mês está sendo economizado. Em várias secretarias temos cargos vagos. Vamos contemplar essas pessoas que prestaram um bom serviço”, disse sobre os ex-secretários colocados como diretores.
“Vou dar o exemplo do Mauricio, que é [era] o secretário de Esportes, o irmão do Cafu: ele iniciou um trabalho, projetos com empresas, ligadas ao governo do Estado, ao governo federal, a qualquer momento vamos colher os frutos, os campos sintéticos – pelo menos cinco, até o fim do ano que vem, vamos trazer para a cidade. Tudo na prefeitura é muito moroso. Como vou pegar uma pessoa que iniciou um projeto, todo já montado, e mandar embora?”, disse.
Ao avaliar que o prefeito foi evasivo ao exemplificar a economia grande com uma despesa que não tinha e, portanto, não foi cortada (a nomeação de adjunto da Saúde), o VERBO questionou mais uma vez sobre a monta da redução de gastos e perguntou o salário de secretário e de diretor para comparação. Ney se enervou. “Você é uma pessoa ligada nas notícias da cidade, até porque você é uma pessoa bastante tendenciosa, a querer bater no nosso governo”, atacou.
“Você deveria saber que o salário do secretário é R$ 15 mil, e o do diretor é de R$ 7 mil e poucos. Não precisa ser tão inteligente para fazer conta, é pegar 15 menos 8. Será que R$ 7 mil não é uma economia, numa situação só e por mês? E não finalizei ainda a organização do governo. A partir de segunda [hoje] que vamos colocar os pingos nos is. Pode ser que amanhã [ex-secretário] não seja diretor, seja cargo comissionado em outra função”, disse, áspero. Ele chegou a discursar que com a redução das pastas de Turismo e Esportes a economia com dois ex-secretários era de R$ 30 mil.
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NOTA DA REDAÇÃO – O VERBO ONLINE lamenta e rebate, com vigor, o ataque de Ney Santos, quando buscava apenas obter melhor esclarecimento sobre a redução de secretarias para informar o seu leitor. O VERBO não é “tendencioso”, é, sim, crítico, mas já foi elogiado e incentivado pelo próprio Ney a “replicar” a postura quando a ele interessava, contra adversários. Ney faz infeliz fala pouco mais de um mês depois de seu principal auxiliar, o secretário de Comunicação, fazer ataque leviano a este site. O VERBO eximiu Ney do episódio, mas pode reconsiderar face ao atual destempero.
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