ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Após aprovarem a criação da taxa de lixo para a população, proposta pelo prefeito Ney Santos (PRB), vereadores que apoiam o governo votaram na sessão na quarta-feira (11) contra projeto de lei que cobrava de empresários de grandes eventos lucrativos um valor por usufruírem de serviços da prefeitura enquanto moradores ficam desassistidos. Com a decisão, os aliados de Ney foram tachados de “Robin Hood às avessas” – “tirar” dos pobres e não “mexer” com os ricos.
Autor, o vereador André Maestri (PTB) explicou que o projeto era “autorizativo”, delegava ao governo determinar a cobrança, mas que as empresas de entretenimento deveriam pagar por dispor de serviço de trânsito e da Guarda Municipal. “Não é de maneira alguma proibir esses eventos. Ao contrário, temos que incentivar. Mas quem vier trazer eventos para a nossa cidade tem que entender que existem regras, que não podemos onerar os cofres públicos”, disse.
O vereador Edvânio Mendes (PT) disse não ver no projeto “nenhuma cobrança de taxa abusiva”. A vereadora Rosângela Santos (PT), também a favor, disse que a empresa que vem fazer evento grande lucra muito, nada mais justo que pagar “pelo serviço utilizado”. “Estará tirando a segurança dos bairros. No rodeio [Embu Country Fest], a GCM praticamente ficou toda no evento, moradores do Valo Verde ligaram 153, e avisaram que não tinham viatura disponível”, falou.
Luiz do Depósito (PMDB) disse não se opor ao projeto, que quando o Executivo mandasse o de própria autoria poderia “melhorar”. “É para evitar que uma grande empresa venha, faça o evento e deixe só a ‘bagaceira’ para o município limpar”, disse. A votação foi pretexto, porém, para os governistas favoráveis à taxa de lixo irem “à forra”, após terem “apanhado” nas ruas por terem aprovado. Os nove pró-taxa rejeitaram o projeto, o que foi visto como retaliação.
Ironicamente, parte dos contrários ao projeto justificou a rejeição ao alegar não aprovar taxa, apesar de ter criado a do lixo. “Vão falar que estamos votando mais taxas, independente se para empresários. Eles já pagam pelo uso e ocupação do solo. E potencializam a cidade, gerando oportunidades de trabalho em quatro, cinco dias de evento. Daqui para frente, eu vou avaliar muito bem projetos que vierem para esta Casa que tiverem o termo ‘taxa’”, disse Daniboy (DEM).
Carlinhos do Embu (PSC) avaliou que a iniciativa espantaria os eventos de Embu e citou a taxa de lixo para alfinetar Maestri. “O sr. falou que não ia votar em nada de taxa aqui, e querendo ou não é uma taxa que está trazendo para a cidade”, disse. Bobilel Castilho (PSC) disse que o projeto “vai prejudicar a vinda de eventos”. “É engraçado falar de taxa, a vereadora [Rosângela] falou que é uma coisa maravilhosa, mas se tivesse vindo do Executivo, não seria”, cutucou.
Líder do prefeito na Casa, Índio Silva (PRB) repetiu fala de colegas e ironizou que “taxa não dá para discutir mais” e que se o projeto “tivesse vindo do Executivo se alguns vereadores estariam a favor”. Apenas Doda Pinheiro (PT), que se aliou a Ney na defesa da taxa de lixo, disse não se pautar pelo tema para se posicionar, apesar de ser contra o projeto. “Não podemos criar dificuldades para que grandes eventos venham para nossa cidade, senão vamos perder receita”, falou.
A votação foi envolvida ainda em mais polêmica com a manifestação, via rede social, do secretário Jones Donizette (Comunicação), do núcleo duro do prefeito Ney. “Vereador André Maestri propondo criação de taxas a organização de eventos em Embu das Artes, com apoio dos vereadores Edvânio Mendes, Rosângela Santos e Luís [sic] do Depósito. […] Projeto foi rejeitado pelos vereadores! Parabéns, vereadores”, escreveu, em indicação de reprovação também de Ney.
Porém, a postagem de Jones causou a ira de moradores que identificaram Ney e os governistas como Robin Hood, mas “às avessas”. “E tirar dinheiro do cidadão assalariado com aumento enorme de taxas pode? Agora trazer dinheiro dos bem situados não! […]”, reagiu Eliana Lindman. “Tem sim que cobrar taxa desses eventos. Quem é esse cidadão a criticar nossos vereadores sendo que no mandato do Chico Brito ele era funcionário fantasma”, protestou Carlos Lima.
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ESTA É UM BOA OPORTUNIDADE PARA INFORMAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO DE ERRADO, NESTA NOVA ADMINISTRAÇÃO, PRINCIPALMENTE, EM RELAÇÃO A ESTES GRANDE EVENTOS REALIZADOS NO PARQUE RIZZO, ONDE ENVOLVEM CENTENAS DE CAIXAS DE SONS COM POTÊNCIAS ASTRONÔMICAS, EM AMBIENTE ABERTO, ONDE O SOM EXTRAPOLAM EM MUITO OS DECIBÉIS PERMITIDOS PELA LEI DO SILÊNCIO, ONDE OS MORADORES DA VIZINHANÇA, PRIINCIPALMENTE OS DO JARDIM MASCARENHAS, NÃO CONSEGUEM DORMIR. ONDE ESTÁ O MP E O CONSEG, PARA BARRAR ESTA ESTUPIDEZ, ESTA SANDICE QUE ESTÃO FAZENDO COM OS MORADORES, QUE TRABALHAM E QUEREM DESCANSAR À NOITE PARA NO DIA SEGUINTE PODEREM TRABALHAR. AGORA ISTO AQUI É TERRA DE NINGUÉM, VALE TUDO? MAS, SE É UM BARZINHO, COM SOM ALTO, AÍ NÃO PODE. (NÃO PODE MESMO). MAS QUANDO É GUSTAVO LIMA, MAIARA E MARAIZA, MC ‘ NÃO SEI O QUÊ’, WESLEY SAFADÃO, ETC. PODE. PORTANTO: EM QUE SOCIEDADE ESTAMOS? ISTO NÃO É MANEIRA MAIS ADEQUADA DE DAR EMPREGOS, PASSANDO SOBRE AS LEIS, E COMO CONSEQUENCIA SE PEDE A LEGITIMIDADE E A MORAL PARA COBRAR DOS DEMAIS CUMPRIMENTO DA TÃO SONHADA LEI DO SILÊNCIO.