RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Diante da pressão popular, o governo Ney Santos (PRB) recuou e desistiu de cortar outras árvores na avenida João Batista Medina (antiga rua Maranhão), no centro de Embu das Artes. Após colocar abaixo cinco árvores sem dialogar com moradores e conselhos de meio ambiente da cidade, a administração municipal reconsiderou a posição de derrubar outras quase 20 unidades em reunião na sexta-feira (6) em que moradores exigiram parar a ação radical.
O governo Ney dizia que o corte das árvores era necessário para adequar as calçadas às normas de acessibilidade. Após a retirada das primeiras unidades, uma comissão de moradores se reuniu na segunda-feira (2) com integrantes da administração e soube que seriam cortadas mais 16 árvores. Em pânico pela medida, o grupo conseguiu um acordo de que a obra de revitalização na avenida seria paralisada até sexta-feira, quando ocorreria nova reunião de negociação.
No decorrer da semana, a comissão de moradores se organizou e estudou o projeto da obra, junto com ambientalistas, biólogos, engenheiros e cadeirantes, com apoio da entidade ecológica Sociedade Amigos de Embu (Seae), a fim de buscar solução para que mais nenhuma árvore fosse derrubada. Na sexta-feira, após reunião da qual participaram os vereadores Rosângela Santos (PT), Edvânio Mendes (PT) e André Maestri (PTB), o grupo e o secretário Nelson Pedroso (Obras) com técnicos da prefeitura se dirigiram à avenida e analisaram as árvores, uma a uma – são mais de 30 na via.
Moradores e prefeitura chegaram a consenso de que apenas mais uma árvore será cortada, por falta de espaço para passagem de cadeirantes. Irão buscar solução para que outras duas não sejam retiradas. Manter uma das árvores dependerá de recuo da mureta de um bar. “Acredito que será de interesse do proprietário manter a árvore, mesmo porque não mudará a estrutura do comércio. Iremos com o secretário dialogar com o dono”, diz a ativista Mara Cruz.
Para manter a outra árvore, será necessário refazer a calçada – fica no começo da avenida, ao lado de uma loja de um real, com descida sentido prefeitura e subida em direção à via. “Será estudada uma forma que o cadeirante tenha acessibilidade. Terão que arrumar de qualquer jeito, até porque um cadeirante terá muita dificuldade para subir por causa do declínio. Vamos acompanhar e ver todas as possibilidades. Apenas uma está condenada de fato”, diz Mara.
Além de desistir de cortar quase 20 árvores, a prefeitura prometeu replantar duas como compensação à retirada feita, para vitória dos moradores. “Iam cortar todas de um trecho, desde o começo da avenida, até perto da Seae, incluindo o outro lado. As fachadas são muito feias, com fios à vista, ia ficar muito feio, desfiguraria a cidade. Aquelas árvores majestosas dão uma sensação de bem estar. É um privilégio ter na nossa cidade, devemos cuidar”, diz Mara.
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