Governo Ney derruba árvores em Embu; moradores se revoltam e acionam Justiça

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O governo Ney Santos (PRB) decidiu remover mais de 20 árvores na calçada da avenida João Batista Medina (antiga Maranhão), no centro de Embu das Artes, para revolta da população da região, surpreendida com a medida radical. As árvores cortadas foram plantadas há mais de 30 anos, de acordo com moradores, que acionaram a Justiça contra a derrubada. Como apurou o VERBO, o Fórum da cidade recebe há duas semanas queixas contra a ação da prefeitura.

Árvore cortada na avenida João Batista Medina (antiga rua Maranhão)
Um das árvores cortadas pela prefeitura na av. João Batista Medina (antiga r. Maranhão), no centro de Embu
Charge sobre corte de árvores pelo governo Ney
Corte de árvores pelo governo Ney (PRB), retratado por Gabriel Binho, cujas charges o VERBO passa a publicar

A prefeitura justifica o corte para adequar as calçadas às normas de acessibilidade em obra viária que está em curso no local. A Sociedade Ecológica Amigos de Embu (Seae) denuncia, porém, que as árvores estão sendo ceifadas para dar lugar a vagas de estacionamento. Moradores foram falar com técnicos para interromper a derrubada até poderem dialogar com responsável da prefeitura, mas não conseguiram barrar a retirada de pelo menos cinco árvores sadias.

Nas redes sociais, moradores se posicionam contra o corte de árvores na via central da cidade. Em um vídeo, a renomada artista embuense Raquel Trindade convocou a população para ir às ruas na segunda-feira (2), quando vizinhos se manifestaram contra a ação da prefeitura. A Seae afirma que a remoção de quase todas as árvores da avenida, saudáveis, para dar lugar a vagas de carro é um absurdo inaceitável que não tem a ver com acessibilidade.

“Plantar mudinhas de 1 metro de altura não atenuam o impacto da remoção de tantas árvores adultas de mais de dez metros”, disse o presidente da Seae, Rodolfo Almeida. Segundo a entidade, a moradora Mara Cruz, ativista ambiental, questiona a prefeitura alegar ter que adequar para as calçadas terem acessbilidade. “As árvores que eles removeram foram substituídas por vagas na calçada para atender as lojas, não teve nenhuma vantagem para cadeirantes”, disse.

Um cadeirante morador da região, identificado como Paulinho (sem sobrenome), cobra acessibilidade, mas não sem a arborização na via. “Precisamos sim de melhorias no calçamento, mas nunca exigimos isso ao custo de tantas árvores”, disse, de acordo ainda com a Seae. Uma proprietária de imóvel comercial na avenida declarou, segundo a entidade, que “a melhoria viária é bem vinda, mas o verde é um marco indispensável para o comércio e turismo da região”.

Uma comissão de moradores da (antiga) rua Maranhão foi recebida pelo secretário municipal de Obras. De acordo ainda com a Seae, Nelson Pedroso afirmou que o corte é indispensável para permitir a passagem de cadeirantes e que também o alargamento da calçada vai contribuir com a acessibilidade de pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Ele ressaltou ainda que a prefeitura pretende fazer a compensação ambiental com o plantio de novas mudas.

Os membros da comissão de moradores questionaram a remoção das árvores com argumentos de que o alargamento da calçada já resolveria a acessibilidade e que o corte beneficiaria apenas os lojistas, com vagas exclusivas nas calçadas em frente a seus comércios. Diante do impasse, as partes agendaram nova reunião para esta sexta-feira (6) com representantes de moradores, comerciantes e cadeirantes. Procurado pelo VERBO, o governo Ney não se manifestou.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>