RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O secretário de Comunicação de Embu das Artes, Jones Donizette, tacha moradores que apenas reclamam o direito de ter serviço municipal de qualidade de “ser do PT”, e fez ataque mais recente ao VERBO. Mas Jones não só foi nomeado como “cabide de emprego” – como cargo político, e não técnico – no governo de prefeito do PT, pelo menos entre 2015 e 2016, como foi funcionário “fantasma”, apontam secretários do governo Chico Brito (2009-2016) ouvidos pelo VERBO.
A reportagem consultou três dos principais secretários da gestão Chico no período de nomeação de Jones, muito presentes e com participação ativa nas ações do governo. Nenhum viu Jones “aparecer” na prefeitura. “Ele trabalha agora. Aliás, eu não o conheci trabalhando no [governo] Chico. É o contrário, ele não trabalhava não, ele trabalhava para o Ney Santos. No Chico, ele não trabalhava na prefeitura, não”, disse um secretário, sob condição de anonimato.
O VERBO insistiu se o então secretário nunca viu Jones dar expediente na prefeitura. “Não, toda vida eu sobe que ele era assessor do Ney Santos, acompanhava o Ney fazendo vídeos, cuidando da rede social. Não vi esse cara lá, nenhuma vez”, disse. Informado da existência de portaria de exoneração, ele apontou que Jones era funcionário “fantasma”. “Se ele constava em alguma folha de pagamento, então era fajuto, porque trabalhar, ele não trabalhava não”, afirmou.
Outro então secretário ouvido, que também preferiu não se identificar, soube da portaria de nomeação de Jones – como assessor de planejamento III – no governo Chico por meio de reportagem do VERBO. Ficou espantado. “Até eu fiquei assustado. Na minha secretaria, com certeza, ele não trabalhou. Comigo, não”, disse. Ele explicou que o cargo em questão não era necessariamente vinculado a uma determinada secretaria. “Também tinha em Obras”, exemplificou.
“Mas esse cara, nunca vi lá na prefeitura”, afirmou. Ele fez um “esforço” em imaginar como um funcionário em cargo “visado” passaria tão despercebido. “A não ser que a pessoa foi recepcionista da UBS não sei das quantas”, falou, sem acreditar. Ele quis saber se o VERBO estava ouvindo outros então secretários sobre se Jones era fantasma. “E a enquete está sendo igual, né? De repente, o cara foi contratado para trabalhar. Se não trabalhou, é o problema”, declarou.
Braço direito de Chico, secretário de Governo nos oitos anos de gestão do prefeito, Paulo Giannini aceitou falar sem reservas e disse que Jones só fez uma coisa na prefeitura: embolsar o pagamento – que seria na faixa de R$ 7 mil. “Fiquei sabendo pela reportagem de vocês do VERBO, eu nem sabia que ele foi contratado, essa portaria dele ficou bem enrustida mesmo, viu? Ele não trabalhou em canto nenhum da prefeitura. Só recebia o salário”, disse Giannini.
O então secretário reiterou, mais de uma vez, que Jones não deu expediente na prefeitura. “Não! Nunca vi. Nem sabia da existência dele. Para falar a verdade, vim tomar conhecimento do Jones Donizette já na campanha do Ney, como assessor do Ney”, disse. O VERBO perguntou, então, se Jones foi funcionário “fantasma”. “A partir do momento em que ninguém sabia onde estava, então estava por aí”, disse. “É, pode dizer que sim, se ele não exercia a função”, emendou.
Jones como funcionário “fantasma” se revela como pelo menos um dos “ralos” que explicariam o atual rombo nas finanças da prefeitura, que seria de cerca de R$ 250 milhões, segundo a gestão Ney Santos (PRB). Ainda assim, escandalosamente, Jones faz alarde da dívida do município para justificar, por exemplo, a taxa de lixo criada por Ney. Questionado pelo VERBO sobre o período de nomeação e quais as atribuições que tinha no governo do PT, ele calou.
> Colaborou Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
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