ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) Embu das Artes Centro, Luís Junqueira, disse que buscou o Ministério Público para evitar show do comunicador Fábio Teruel na cidade por ter o papel de preservar a integridade dos moradores e chamou o governo Ney Santos (PRB) de “irresponsável” por autorizar o evento sem proceder normas de segurança. O “encontro de fé”, que aconteceria dia 20 de agosto, foi cancelado, mas Ney avisou que será remarcado.
Junqueira disse que a prefeitura não comunicou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para garantir a segurança e quis esconder o show. “Eu soube extraoficialmente do evento e fui ao meu comando [3ª Cia. da PM]. O tenente Craveiro não sabia. Pelo dia 4, ele ligou para a prefeitura, e disseram que ia falar com alguém. Ele foi passado para quatro pessoas. O comandante falou: ‘De novo? Já expliquei a três pessoas! Quero saber se vai haver ou não o evento’”, disse.
O PM não teve uma resposta na hora. Ouviu que uma pessoa do governo ia entrar em contato, o que aconteceu só na semana seguinte. “Ligaram para ele, e ele me falou: ‘Vai ter o evento’”, contou Junqueira. Ele foi ao MP e falou com uma promotora que também não sabia do show. “Mostrei no meu celular um grupo fechado da prefeitura, de Esporte, Cultura e Turismo, em que estava uma notinha dizendo ‘Fábio Teruel, dia 20 de agosto, parque do Rizzo’”, lembrou.
A pedido da promotora, Junqueira “printou” para o MP a postagem no Facebook e no dia 11 protocolou pedido contra o show que levou a Justiça de Embu a proibir a realização. Ele foi avisado do evento “misterioso” por uma pessoa que faz parte do grupo denominado das três secretarias. “Eu sou presidente do Conseg, tenho contato com 1.500 pessoas. Ela virou e me falou: ‘Vai ter um evento, mas ninguém está sabendo, está em um grupo fechado da prefeitura’”, disse.
Junqueira apontou que o show não poderia ocorrer sem policiamento e medidas de segurança. “Com o evento, a criminalidade aumenta, o público oscilante acaba trazendo pessoas de má índole que se aproveitam e se misturam para furtar, roubar, cometer crimes, independente do que for, evento de fé, oração, tocar funk. O [Embu] Country Fest estava legalizado, era um evento fechado, com segurança privada, e houve em maio acréscimo de 30% de furto”, disse.
Para Junqueira, em evento da magnitude como o de Teruel, com cerca de 10 mil pessoas, “uma desgraça é fácil acontecer”. “Se alguém morre [no show], sabe quem paga [pelos danos]? A prefeitura. Quando o tenente entrou em contato, a prefeitura ciscou daqui, ciscou dali e não queria falar [informar o evento]. No final, disse, indiretamente: ‘Mas quem falou que vai ter o evento?’ O tenente deduziu: ‘Então vai ter’”, revelou, sobre detalhes do telefonema do oficial.
“Mas a menos de 20 dias do evento nenhuma autoridade de segurança tinha sido avisada, a prefeitura não avisou absolutamente nada, o sr. Teruel também não. Ao saber que a prefeitura estava fazendo algo por baixo do pano, que só falou quando inquirida, como presidente do Conseg, quis preservar a vida e a segurança dos munícipes e visitantes, já que haveria o evento no domingo, dia de feira [de artes], com população oscilante de mais de 10 mil pessoas”, disse.
Ele questionou nota em que Ney apoia Teruel e atribui a ele o veto ao show. “A nota do prefeito, em português claro, foi: eu tiro a responsabilidade do meu colo e ponho no do Junqueira. […] Ele [Teruel] participou da campanha do Ney. Ney é gestor público, depende de voto, depende de uma pessoa que tem o poder de comunicação para fazer os eleitores votarem [nele]. A autorização do Ney foi ‘pode ir lá fazer’. Não pode. A cidade não é quintal do gestor”, disse.
Junqueira também reagiu à fala de Teruel de que o Conseg “boicota” o evento em vez de enfrentar o fato de que “Embu é a cidade da região que mais sofre com a violência – estupro, homicídio”. “É uma mentira, falácia. Ela [criminalidade] está dentro da normalidade. Está fugindo um pouquinho do controle o roubo de carga, mas a PM já está atuando nisso. Agora, se ele fala que Embu está como está, jamais deveria deixar o povo dele vir para ser morto e estuprado”, disse.
Junqueira disse que passou a viver “um inferno”. “No WhatsApp, pessoas falaram que sou ateu, não amo Deus, daí para baixo. O Fábio até falou que quero impedi-lo de fazer evento no Estado inteiro. Como se eu tivesse esse poder. Já há um movimento que quer a retratação dele. A minha questão com ele passou da retratação. Será judicial. Não construí a minha imagem, até dando meu sangue a bem da população, para um cidadão falar um monte de asnice”, declarou.
> Colaborou a Redação do VERBO ONLINE
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE