Ney ‘sacrifica o povo’ e é ‘incompetente’ com atos como a taxa de lixo, diz Geraldo

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O deputado estadual Geraldo Cruz (PT), prefeito de Embu das Artes de 2001 a 2008, manifesta ser contrário à taxa de lixo criada pelo prefeito Ney Santos (PRB) e à terceirização de serviços pela prefeitura e sugere que o atual governante da cidade adota “desculpa para encobrir a satisfação de interesses privados, ou mesmo a incompetência do gestor”. Em artigo, Geraldo aponta ainda que Ney se faz de “vítima de gestões anteriores” e está “sacrificando o povo” ao criar taxa.

Geraldo discursa em inauguração no Jd. do Colégio com Ney ao fundo
Geraldo discursa à frente de Ney, a quem acusa de realizar governo de ‘mordomias’ e ‘transferir conta ao povo’

Geraldo visa mostrar como governou Embu e ressaltar o que considera “o jeito certo de administrar”, mas com críticas a Ney, apesar de se esforçar em traçar panorama mais amplo. “A população não pode pagar a conta da incompetência administrativa dos governantes. Atualmente, temos visto governos de diferentes esferas, da nacional à municipal, sacrificando o povo, seja com extinção de direitos sociais, com o aumento de impostos ou criação de taxas”, avalia.

“Alegam serem vítimas de gestões anteriores, que gastaram mais do que podiam, deixando dívidas que comprometem o orçamento público, baseado na arrecadação de impostos e taxas. Pois, baseado na experiência como Prefeito de Embu das Artes entre 2001 e 2008, e também nos mandados legislativos que ainda exerço, afirmo que esta é uma desculpa para encobrir a satisfação de interesses privados, ou mesmo a incompetência do gestor”, afirma Geraldo.

Geraldo diz que assumiu a prefeitura de Embu das Artes com uma dívida de R$ 45 milhões e orçamento de R$ 69 milhões. “Ou seja, mais de 65% do orçamento estava comprometido. Ao invés de criar taxas ou ficar choramingando no papel de vítima, trabalhamos. Dialogamos com credores, negociamos prazos e usamos toda a capacidade dos recursos humanos e materiais para colocar a máquina pública para funcionar e garantir serviços e direitos à população”, diz.

De acordo com Geraldo, no primeiro mês de governo, os prédios públicos não tinham água ou papel higiênico, as contas de energia estavam atrasadas e as péssimas condições das escolas municipais ameaçavam o início do ano letivo das crianças. “Nós trabalhamos, valorizando e dialogando com os servidores públicos que foram incansáveis. Todos atuando num mesmo sentido, por uma mesma causa, conseguimos estabelecer a normalidade dos serviços”, diz.

Ele diz que também no primeiro ano de governo extinguiu “a taxa que era cobrada pelos serviços administrativos solicitados pelos cidadãos à prefeitura”. “Sim, não criamos, ao contrário, acabamos com taxas”, aponta. Ele diz ter adotado “medidas austeras” para diminuir gastos. “Como a redução de 14 para 10 secretarias. Em 2008, entregamos a prefeitura com 12 secretarias e cinco secretários adjuntos. Hoje, são 22 secretarias e 22 adjuntos”, diz em crítica a Ney.

Geraldo diz que também reduziu gastos ao centralizar repartições da prefeitura em um único prédio. “Apenas com o valor que era gasto em aluguel, fizemos uma economia de mais de R$ 5 milhões ao longo de oito anos”, afirma. Ele fala ter tido critério na cobrança de tributos, para se diferenciar de Ney, criticado por ignorar o tamanho das propriedades para calcular o tributo e fazer pobres e ricos pagarem o mesmo valor da taxa, R$ 174,35 em 2017 e R$ 418 em 2018.

“Implantamos medidas que protegessem as pessoas com menores rendimentos, habitantes de regiões ainda não atendidas satisfatoriamente pelos equipamentos públicos”, diz Geraldo. Ele destaca que como prefeito a arrecadação cresceu 195%, foram criados 3 mil empregos com a instalação de 1.500 empresas, reduziu em 40% a pobreza e a renda média subiu 65%. “Terminamos nosso governo com R$ 32 milhões em caixa, e 85% de aprovação popular”, afirma.

Segundo Geraldo, a dívida atual não chega a 13% do orçamento e que o município tem previsão de arrecadar R$ 579 milhões este ano. “Será que foi pensando em enxugar o orçamento que o atual prefeito permitiu a criação de 430 novos cargos e assinou a contratação de 150 funcionários com salários acima de R$ 8 mil? Não é justo ampliar gastos públicos com o aumento de cargos, salários e mordomias da burocracia e transferir a conta para o povo”, dispara.

“O jeito certo de administrar é invertendo prioridades de maneira a investir nas áreas sociais para fortalecer os setores produtivos e de serviços. Não tem milagre, apenas competência e seriedade na gestão”, afirma Geraldo, que lembra o ditado popular “Quem não tem competência não se estabeleça”. “Se as pessoas não conseguem, não podem ou não querem administrar com justiça e competência, não deveriam se aventurar em cargos públicos”, diz, mirando Ney.

OUTRO LADO
Procurado quinta-feira (12) pelo VERBO para falar sobre as críticas de Geraldo ao governo, Ney não quis se pronunciar. Geraldo diz “que nossa experiência mostra que, tão importante quanto a conjuntura e condições apresentadas, é a opção política e administrativa de governar e legislar com justiça, o que pressupõe defender os direitos de todas as pessoas e buscar proteção para os menos favorecidos”, em forte reprovação a medidas de Ney como a taxa de lixo.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>