Ney põe nomeados para convencer população sobre taxa, mas enfrenta resistência

ALCEU LIMA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Nocauteado por uma avalanche de reclamações e críticas de moradores de Embu das Artes por criar a taxa do lixo – muitas severas -, o prefeito Ney Santos (PRB) reuniu secretários, vereadores que o apoiam e servidores nomeados por indicação política para tentar esboçar reação e não demonstrar fraqueza diante da indignação total da população por causa da medida, neste sábado (29), no Hotel Rancho Silvestre, de propriedade da família de um secretário do governo.

Ney fez a reunião, às pressas, após lideranças e moradores em geral marcarem um protesto contra a cobrança da taxa do lixo, neste domingo (30), às 11h, em frente à prefeitura. Neste sábado, os idealizadores também se reuniram para organizar o ato. Em dia sem expediente na prefeitura, os manifestantes pretendem com o que chamam de “primeira mobilização” tornar pública a insatisfação da população aos turistas da cidade e causar “desconforto” ao governo.

Com um salão lotado e à frente de auxiliares e apoiadores, Ney gravou mensagem em que saúda “os amigos cidadãos embuenses” e diz que “estamos aqui hoje com formadores de opinião, pais e mães de família, servidores, cidadãos embuenses que, assim como eu, amam esta cidade, discutindo os problemas para um futuro melhor que queremos para nossa querida Embu das Artes”. “É a prefeitura de Embu das Artes trabalhando e fazendo mais por você”, finaliza.

Apesar de querer fazer transparecer como reunião normal de trabalho, Ney convocou secretários, vereadores aliados e livre-nomeados para determinar que abordem e convençam a população de que a taxa de lixo é necessária e trará benefícios à cidade – o valor é de R$ 174,35 em 2017 e será de pelo menos R$ 418 em 2018. “Ele fez a reunião para fazer os comissionados passarem para o povo que vai ser melhor”, disse interlocutor de participantes ao VERBO.

Apesar do sorriso no vídeo, parte dos comissionados, porém, demonstrou resistência à “ordem”. “Eles não engoliram muito, não. Como engolir? A maioria é morador do município. Muitos acabam aplaudindo pois têm medo de perder o cargo”, observou. Curiosamente, na primeira fileira ao lado de Ney, entre outros, estão os secretários Paulo Vicente (Trabalho) e Maurício Cafu (Esporte), entre os mais esfuziantes, mas que não moram em Embu e não pagarão a taxa.

O secretário Jones Donizette (Comunicação) fez postagem do discurso de Ney, mas atraiu na grande maioria protestos contra a taxa de lixo – entre mais de 40 comentários, até o fim da noite, apenas três eram favoráveis ao governo. “‘Trabalhando desse jeito para saber onde pode apunhalar mais o povo de Embu. De repente, quem sabe, aprovar mais alguma taxa pro embuense pagar! É cada tipo de ‘trabalho’ que a gente vê”, critica Laurinete Vitorino sobre fala de Ney.

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