RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Pacientes que procuraram o Pronto-Socorro Central e a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de Embu das Artes enfrentaram situação de caos na noite de quarta-feira (26). Demora desde a abertura de ficha, consultórios sem médico, paralisação de profissionais por falta de receber, atendimento só de emergência, setor de medicação lotado, gente passando muito mal e até briga entre médico e uma mulher marcaram o quadro desolador da saúde em Embu.
No PS Central, na avenida Elias Yazbek, médicos contratados da organização privada Saúde, Resgate e Vida que deviam dar plantão não foram trabalhar ou decidiram não atender pacientes menos graves, apenas casos de emergência. Os médicos alegaram falta de pagamento pela prefeitura para realizar a paralisação. Em consequência, de acordo com relatos de moradores, a triagem demorou a chamar e provocou espera de dezenas de pessoas por mais de duas horas.
Por volta das 20h, o médico Amaurílio Lima chegou ao plantão, atrasado, e disse a pessoas que estavam na porta, “funcionários da prefeitura”, segundo ele, que ia entrar, mas “somente iria atender casos de emergência porque havia aderido à greve uma vez que a prefeitura estava com meu pagamento atrasado”. Ele foi seguido por uma mulher, Maria Zenilda, que se identificou como “voluntária da saúde”. Ambos trocaram socos e tapas e foram conduzidos a delegacia.
Após o tumulto, pelas 21h, com o secretário de Saúde, José Alberto Tarifa, no PS, seis médicos, entre clínico-geral e pediatra, passaram a atender. “Mas a medicação estava lotada, devido a demora no atendimento com médico. Antes não tinha médico, depois que começaram a atender foi rápido, e ficou lotado na medicação. Muitas reclamações, pessoas com pressão alta”, disse ao VERBO a vereadora Rosângela Santos (PT), que foi ao PS verificar o atendimento.
Na UPA de Embu, no Jardim Santo Eduardo, onde também profissionais contratados da empresa terceirizada aderiram à paralisação, a situação também era crítica ainda no fim da noite. “Tinha apenas dois médicos atendendo e iniciaram assim que eu cheguei, por volta das 22h. Os pacientes informaram que estavam esperando há mais de duas horas. Foi quando foram avisados que estava sem médico. Liguei para o secretário, informando a situação”, relatou Rosângela.
Por volta das 23h, a líder comunitária Sofia Simão esteve na UPA para cobrar atendimento. “A gerente da UPA tentou me impedir de fiscalizar, mas esse é meu papel. Um dos médicos que atendia no PS Central foi remanejado e iniciou neste momento os atendimentos aqui na UPA. A sala de medicação está vazia, devido ao primeiro atendimento estar demorando muito. Inúmeras pessoas precisando de cadeira de rodas, com dor, e o atendimento não acontece”, disse.
OUTRO LADO
Nesta quinta-feira (27), o governo Ney Santos (PRB) divulgou nota em que se diz empenhado em “fiscalizar a transição” da saúde em Embu. “A antiga empresa que vinha administrando a saúde pública de forma inadequada está sendo retirada e o novo instituto assumindo, com a missão de humanizar o atendimento e gerir os avanços nessa área tão importante”, diz. O Instituto Edusa assume a saúde de Embu a partir de 1º de agosto – sem grande experiência na área.
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