ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Santo Eduardo, em Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (PRB) inaugurou no último sábado (15) uma base da Guarda Civil Municipal (GCM) no Jardim Santo Eduardo – um container adaptado -, inspirada na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro. Ney destacou que a unidade foi uma “doação” de uma empresa, sem nenhum custo para a prefeitura, e funcionará como um “posto policial” ao prometer que terá uma viatura para atender as ocorrências comunicadas pelos moradores.



Em discurso de inauguração – para poucos moradores e maioria de funcionários livre-nomeados -, Ney ressaltou que com a base o espaço público na rua Maringá deixa de ser ocupado por consumidores de entorpecentes para ser usado pelas famílias. “Hoje, a gente devolve com dignidade para a população esta praça, muitos usuários de droga por muito tempo atrapalharam a brincadeira das crianças. Pelo menos 95% da criminalidade, a gente consegue tirar”, disse.
“Fico feliz de realizar mais um dos compromissos assumidos durante a campanha. Mais feliz ainda por não ter saído nada dos cofres públicos, foi uma parceria com uma empresa, um projeto piloto que se der certo vamos levar a outras comunidades”, disse Ney após cortar fita na entrada da base. Ele falou que o projeto carioca é inspiração por ser “um modelo que deu certo”. “A falta de segurança ainda é muito grande no Rio, mas depois das UPPs melhorou”, avaliou.
Ney disse que o prazo para ter outra base depende da empresa por ser “doação”, mas que Embu terá pelo menos mais uma, ao alfinetar a Polícia Militar. “A reclamação [por mais policiamento] é geral, até por terem tirado a Força Tática [de Embu], a falta de segurança aumentou mais ainda. Um dos bairros que vêm reivindicando é o Pinheirinho, [também] o Jardim Pinheiros, Santo Antônio, Santa Clara. Logo mais, no Pinheirinho vamos inaugurar uma base como esta”, disse.
Ney divergiu da PM em não instalar base para não “prender” o policial na unidade. “O efeito é o contrário. Esta base é como se fosse uma delegacia, posto policial. A ideia é que fiquem dois guardas na base e uma viatura com dois ou três guardas. Quando não estiver parada, vai estar transitando por aqui, não estará no outro lado de Embu. Se o munícipe vem à base e faz uma ocorrência, os guardas chamam no rádio, e a viatura tem que estar de prontidão por aqui”, disse.
Ao frisar que “temos assumido a responsabilidade que, teoricamente, seria do Estado”, Ney disse ainda que o Tribunal de Contas liberou licitação para aquisição de 15 viaturas novas e mais armamentos. “No mais tardar em 15 dias a nova estrutura vai estar na rua combatendo a criminalidade”, afirmou, ao lembrar já ter aberto concurso para 50 guardas. “Gradativamente a gente quer chamar mais 50. Pelo menos 260 GCMs tem que ter até o fim do nosso mandato”, disse.
No ato, o secretário municipal de Segurança, Denis Viana, criticou o modelo do governo anterior – Chico Brito (2009-16). “É muito importante implantar uma base como esta, mas não como vinham fazendo, com dois GCMs simplesmente, que não conseguiam nem atender a população – se estivesse acontecendo algo atrás da escola, o pessoal da base nem podia ir. Implantamos a base, sim, mas terá uma viatura especificamente para atender as demandas do bairro”, disse.
Morador do Santo Eduardo há mais de 40 anos, o porteiro Emerson Briano estava com a mulher, filha e sobrinhos – no total de oito crianças – no parque infantil na praça antes da inauguração e achou “ótimo” ter uma base da GCM no local. “Do jeito que estava, não dava para trazer as crianças. Muita droga, bebidas. Agora, todo fim de semana elas vão ter o espaço delas de novo. O espaço vai voltar para as pessoas de bem, que é direito nosso”, disse Briano, 43, ao VERBO.