ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Depois de cinco anos sem aumento, a tarifa dos ônibus municipais de Taboão da Serra vai subir de R$ 3,00 para R$ 3,80, a partir deste domingo, 2 de julho. O reajuste foi determinado pela Justiça após ação contra a prefeitura movida pela Viação Pirajuçara, proprietária da empresa Fervima, que detém a concessão do transporte municipal – há mais de 20 anos. A passagem vai ficar mais cara 26,7%, enquanto a inflação oficial no período foi maior, 42,3% (IPCA-IBGE).
O último aumento da tarifa aconteceu em 1º de janeiro de 2012, na gestão Evilásio Farias (PSB). Outro reajuste, para R$ 3,30, chegou a entrar em vigor no dia 23 de dezembro daquele ano, em espécie de “presente de Natal” de Evilásio – que autorizou o reajuste após o candidato a prefeito que apoiava ter sido derrotado nas eleições municipais dois meses atrás. A passagem, elevada em 10% ante uma inflação em torno de 6%, passou a estar entre as mais caras do Brasil.
Como o aumento dado foi o segundo no mesmo ano, em “lambança” administrativa de Evilásio, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), sucessor, revogou o reajuste no primeiro mês de gestão, para de novo R$ 3. Mas após pressão de estudantes e outros segmentos da população. O secretário Daniel Borges (Comunicação), que recebeu manifestantes na porta da prefeitura, chegou a dizer que a empresa justificou o aumento e que mostraria as planilhas de custos.
Apesar de congelada desde aquela época, a nova tarifa de R$ 3,80 se igualou ao valor do município de São Paulo, que paga subsídios às empresas. Porém, o sistema de transporte da capital paulista, da qual Taboão da Serra é vizinho, oferece bilhete único, que permite aos passageiros integração entre diferentes meios de locomoção e quatro viagens durante três horas pelo preço de uma passagem, além de ter cobrador, o que torna as viagens mais rápidas e seguras.
Em Taboão, com apenas 20 km2, os motoristas têm de receber a passagem, o que atrasa as viagens, quando não dirigem e cobram ao mesmo tempo porque os circulares não têm cobrador, além de demorarem a passar e estarem cheios no horário de maior demanda. Apesar de ter proposto em 2012 e reciclado a promessa em 2016, Fernando não deu nenhum sinal de que implantará o bilhete único. Ele até citou que a tarifa seria de R$ 3,80, mas com bilhete único.
A população sempre pagou tarifa a “peso de ouro”. Quando Fernando assumiu a prefeitura em 1997, ela custava R$ 0,70. Ao deixar o governo, em 2004, era de R$ 1,70, alta de 143%, enquanto a inflação no período foi de 56%. Em 2007, Evilásio subiu para R$ 2 (+17,6%; inflação de 10,2%). Em 2009, para R$ 2,30 (+15%; inflação de 10,1%). Em 2010, para R$ 2,50 (+8,7%, inflação de 5%). Em 2011, R$ 2,75 (+10%, inflação de 5,01%). Em 2012, para R$ 3 (9,1%, e inflação de 6,5%).
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