RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Servidores da educação de Taboão da Serra decidiram em nova assembleia nesta terça-feira (20), em frente ao Parque das Hortênsias, ao lado da prefeitura (região central), continuar em greve, que já dura 54 dias – iniciada em 28 de abril. Os funcionários reivindicam, principalmente, o pagamento de dissídio e a concessão de vale-transporte pelo governo Fernando Fernandes (PSDB), que não apresenta nenhuma contraproposta e se recusa a negociar com a categoria.
Fernando enviou nesta terça-feira (20) resposta ao requerimento dos vereadores de estudo sobre a possibilidade de conceder o aumento e o benefício aos servidores, em que reafirma que a prefeitura não vai atender a reivindicação sob alegação de não dispor de dinheiro, “após avaliação dos setores competentes”, conforme o prefeito – ele tinha prazo legal de 15 dias, mas só após praticamente um mês apresentou posição sobre o documento, aprovado em 23 de maio.
“A Administração Municipal, após avaliação dos setores competentes, concluiu que, na atual conjuntura, o tesouro municipal não tem condições de suportar a expansão de despesas obrigatórias de caráter continuado, com os benefícios pleiteados, sob pena de comprometimento do equilíbrio financeiro e orçamentário do município e descumprimento de metas estabelecidas, com o risco até mesmo de insuficiência de recursos para pagamentos em dia dos próprios vencimentos dos servidores municipais, como até hoje tem sido honrado”, diz Fernando no ofício.
O Siproem, sindicato que representa os grevistas, questionou e rechaçou a resposta do prefeito. “Nossa dúvida: cadê o ESTUDO?”, disse. “Sem um único gráfico, sem números, sem o estudo. Nos tratam como se fôssemos idiotas! A arrecadação aumentou, os recursos do Fundeb aumentaram, os contratos milionários com empresas […] aumentaram, os salários dos livre-nomeados, secretários de governo, prefeito, vice e dos vereadores aumentaram”, acrescentou.
Também nesta terça, os grevistas protestaram contra a lei de diretrizes orçamentárias aprovada, “sem previsão de reajuste e vale-transporte para trabalhadoras e trabalhadores da prefeitura, até 2020” – os vereadores podiam fazer emendas. “Vereadoras e vereadores, cadê o respeito aos nossos direitos? A maioria do funcionalismo da educação [e em geral] tem como salário-base menos que o salário mínimo. 20 anos sem reajuste da maioria (professoras e professores sem reajuste há seis anos). Nenhuma trabalhador recebe vale-transporte”, disse o sindicato.
“Dias melhores? Só para ele$! Para nós vai ter que ter muita luta! É o que estamos fazendo há 54 dias”, completou o Siproem. Sem acordo, os educadores em greve aguardam decisão da Justiça sobre a reivindicação do dissídio e vale-transporte, após impasse em audiência. Nesta quinta-feira (22), eles se reúnem com o advogado do sindicato para emitir resposta ao ofício do prefeito. Na sexta (23), fazem outra assembleia, às 10h, para definir o destino da greve.
RESPOSTA DO PREFEITO FERNANDO FERNANDES A REQUERIMENTO SOBRE REIVINDICAÇÕES DE EDUCADORES
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