Judoca taboanense Rogério Zeferino, que carregou tocha olímpica, morre aos 49 anos

Especial para o VERBO ONLINE

Judoca faixa-preta Rogério Zeferino segura tocha olímpica

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Um dos grandes esportistas da região, o judoca taboanense Rogério Zeferino morreu nesta segunda-feira (19), aos 49 anos, de mielodisplasia, câncer que acomete o sangue, contra o qual lutava há mais de dez anos. Em nova internação, Zeferino estava no Hospital Brigadeiro (região central de São Paulo) há quase um mês. Ele será sepultado nesta terça no Memorial Parque das Cerejeiras, na zona sul da capital, às 14h. Era casado com Vânia Zeferino e não tinha filhos.

Judoca faixa-preta Rogério Zeferino, 49, segura tocha olímpica da Rio 2016 - "sonho" de carregar realizado
Judoca faixa-preta Rogério Zeferino, 49, segura tocha olímpica da Rio 2016 – “sonho” de carregá-la realizado

No sábado (17), Zeferino escreveu numa rede social sobre o quadro delicado que apresentava, apesar de esperançoso com a recuperação – citou a disfunção na produção de um dos componentes do sangue, as plaquetas, responsáveis por evitar sangramentos, doença que descobriu após sentir muito cansaço. “Bom dia, amigos. Internado sem previsão de alta. As plaquetas estão muito baixas, não estamos conseguindo subi-las. É difícil. Não impossível”, comentou.

Faixa preta de judô, Zeferino representou Taboão em várias competições, de jogos regionais a brasileiro. Há um ano, o judoca teve o privilégio de ser o único morador de Taboão a carregar a tocha olímpica dos Jogos Rio-2016, por ruas de Jundiaí (SP). “Depois de outra condutora acender a minha tocha, já comecei o meu revezamento de 200 metros. Não lembrava de mais nada, só na tocha comigo. Adrenalina! Fui a 1.000!”, contou, emocionado, ao “Taboão em Foco”.

Aposentado das competições em 2013, Zeferino dava aulas de judô em escolinhas da prefeitura, mesmo debilitado pela doença. Ele tinha grande estima pelo colega de kimono Nelson Onmura, que o ajudou na luta contra a doença. “Gente boa demais. Não fazia nada por maldade. Gostava de pescar e de moda de viola. E sempre que a gente precisava de algo, ele nos ajudava. Brigou muito pela vida, foi um guerreiro, mas agora vai descansar”, disse Onmura ao “TF”.

Em 2016, Zeferino foi um dos agraciados com a “Medalha 19 de Fevereiro”, conferida a cidadãos que contribuíram para o desenvolvimento de Taboão. “Eu vi nele alguém que gostava da cidade. E, mesmo em tratamento, ele tentava ajudar as pessoas. Para mim, ele era um cara diferente”, disse Carlinhos do Leme (PSDB), autor da homenagem. Zeferino deixa legião de admiradores. “Descanse em paz, meu amigo! Você foi um verdadeiro samurai!”, escreveu Edson Silva.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>