RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Três meses depois do início das aulas e às vésperas das férias de meio de ano, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) ainda não entregou o material escolar para os alunos da rede municipal de ensino. Mas uma declaração põe em dúvida se o kit será mesmo distribuído. O presidente da Câmara de município vizinho, Embu das Artes, Hugo Prado (PSB), afirmou em plena sessão que a prefeitura de Taboão da Serra não vai entregar o material aos estudantes neste ano.
Hugo fez o comentário no dia 19 de abril, ao comparar com a situação de Taboão para elogiar a entrega, mesmo com atraso, do material escolar em Embu. “[Os vereadores] Iniciamos ontem [dia 18], ao lado do prefeito Ney Santos a entrega dos kits de material escolar, desde as 8 horas da manhã até agora [mais de 18h] […] Fizemos questão de participar da entrega, até porque todos sabem do momento delicado em que assumimos a nossa cidade”, disse.
“Infelizmente, estamos entregando apenas em abril, mas estamos conseguindo entregar. Peguemos a cidade vizinha, Taboão da Serra não realizará a entrega dos materiais escolares este ano por falta de recursos. Então, para nós é muito satisfatório, mesmo em meio às dificuldades econômicas não deixamos de valorizar o nosso povo, cumprimos com a nossa obrigação, até porque os recursos para a compra dos kits são fruto dos impostos que pagamos”, disse Hugo.
Hugo não é de partido adversário do prefeito tucano Fernando em Taboão. Pelo contrário, além de ser da sigla de Márcio França, vice do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o vereador é um defensor entusiasta do prefeito Ney (PRB), que, por sua vez, é aliado de Fernando. Hugo não citou a fonte da informação no discurso, mas uma semana antes, no dia 12 de abril, fez uma visita institucional à colega de cargo Joice Silva (PTB), presidente da Câmara de Taboão.
O governo Fernando começou a entregar o uniforme aos cerca de 30 mil alunos das escolas da prefeitura em 30 de março, dois meses depois do início das aulas, mas não distribuiu o material. No dia 24 de abril, o VERBO procurou a Secretaria de Comunicação, chefiada por Daniel Sá, mas a pasta ignorou pedido de informações. Então, a reportagem procurou duas vezes o secretário de Educação, João Medeiros. Ele alegou estar em reunião e também não retornou.
Questionada pelo VERBO, a vereadora Joice, da base de apoio de Fernando, alegou que “existem atrasos” – apesar da demora recorde. “Como todos sabem, existem processos de licitação, existem atrasos. Em breve todos receberão todo o material que é devido”, disse a presidente da Câmara – que tem que fiscalizar o Executivo. Ela não soube precisar quando. “Não posso dizer a data. porque isso depende de um processo licitatório, e não da minha vontade”, disse.
O VERBO indagou ainda o que o prefeito diz sobre o material não distribuído. “A mesma coisa que estou te dizendo agora: será entregue em breve a toda a população”, completou, contrariada, a vereadora, entrevistada dia 25 de abril. Quinze dias depois, nem sinal de material escolar. Antes, a reportagem também questionou o secretário de Governo, Cândido Ribeiro, que também não soube dizer quando seria a entrega e pediu para telefonar para ele. Não atendeu.
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