Com adesão em mais de 20 escolas, servidores decidem manter greve em Taboão

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Da Redação do VERBO ONLINE

Servidores municipais da educação de Taboão da Serra entraram nesta quinta-feira (4) no terceiro dia de greve. Na tarde de ontem, um grupo de funcionários protestou em frente à prefeitura, depois de realizar assembleia em que decidiu manter a paralisação. Por enquanto, parte da categoria participa do movimento, ligada ao Siproem (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais). Os profissionais reivindicam reajuste salarial e vale transporte.

Servidores da educação em greve diante da EMI Cuca, no Jd. Irapuã/Pq. Pinheiros, neste 3º dia de paralisação
Profissionais de ensino protestam enquanto prefeito e governador inauguram o Bom Prato, no 1º dia de greve

Desde o início da greve, na terça-feira, os servidores percorrem as unidades de ensino para conseguir a adesão de mais profissionais da educação ao movimento. Em uma rede social, o Siproem anuncia que hoje a “caminhada da greve” partiu do Cemitério da Saudade, no Jardim Helena, para a educação “não morrer, nem os trabalhadores com salários congelados, sem vale-transporte”. “Estamos passando nas EMIs Cuca, Jurema, Pelezinho, Jotalhão, Emília”, informa.

No primeiro dia de paralisação, um grupo de educadores protestou na praça Luiz Gonzaga, no Pirajuçara, enquanto o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inauguravam o restaurante Bom Prato. Participaram da manifestação especialmente ADIs (assistentes de desenvolvimento infantil), ADEs (assistentes de desenvolvimento educacional) e auxiliares de classes, que ganham os salários mais baixos, em torno de R$ 900.

Os profissionais carregavam cartazes pedindo reajuste salarial e auxílio-transporte e gritavam palavras de ordem enquanto políticos discursavam na inauguração. Na presença do governador, a manifestação irritou Fernando, que conversou muito com o secretário de Educação, João Medeiros, sobre o episódio. No final da cerimônia, em entrevista aos jornalistas, o prefeito minimizou e disse que “a educação está trabalhando, os professores estão em sala de aula”.

“Acho que eles têm direito a se manifestar, mas não reconheço a greve. Inclusive o STF já se posicionou e não aceita mais esse tipo de greve. Só aceita quando o funcionário não recebe salário. Só nessas condições. E eles recebem os salários deles em dia. Acho que eles estão sofrendo pressão externa. Acho que escolheram um momento inadequado. Um momento de festa. Um momento que a gente recebe o governador. Totalmente inadequado”, disse Fernando.

Ele afirmou que não vai negociar de forma isolada com nenhuma categoria sobre reajuste salarial. “Não sou eu que negocio com eles. A minha negociação é com todo funcionalismo. O dia que for dar aumento, não vai ser para uma categoria. Vou dar aumento para todos. E só não dei aumento até agora porque eu tenho responsabilidade. A nossa prefeitura não atrasa um dia o pagamento, paga todos os seus encargos corretamente. Eu prezo por isso. Não adianta eu querer dar uma de bacana e dar aumento e não conseguir pagar salário. Não faço isso”, completou o prefeito.

Na campanha eleitoral em 2016, questionado pelo VERBO, Fernando prometeu dar aumento aos funcionários públicos com uma condição, o crescimento da arrecadação da prefeitura, ressalva expressa no plano de governo. “Lógico [dar aumento], mas estou colocando uma condição, ela é responsável, é ter aumento de arrecadação. […] Se a gente fosse irresponsável e dado aumento com a arrecadação caindo, chegamos em 2013 a arrecadação caiu o tempo todo”, disse.

Em abril, ao afirmar que o “comprometimento” do orçamento com folha de pessoal era de menos de 40%, bem abaixo do limite mínimo de 51%, Fernando foi questionado pela reportagem que os servidores pedem aumento. “Não fazemos esse tipo de loucura quando não pode ser feito”, disse, ao também contestar a considerável margem de folga. “É, mas a prefeitura não vive só de pagar folha de funcionário. Saúde funciona só com folha de pagamento?”, falou, irritado.

Na próxima segunda-feira (8), os servidores em greve realizam nova assembleia para avaliar a paralisação, às 10h, em frente ao Parque das Hortênsias, ao lado da prefeitura (centro). De acordo com o Siproem, as escolas com servidores em greve são: EMIs Dona Benta, Jotalhão, Chico Bento, Jurema, Dorinha, Narizinho, Tio Barnabé, Aninha, Emília, Cuca, Mingau, Pica-Pau e Pixuquinha e as Emefs Oscar Ramos, Cecília Meireles, Armando de Andrade, Antonio Fenólio, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Raquel de Queiroz, Vinícius de Moraes, Machado de Assis e Maria José Luizetto Buscarini.

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