RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A atendente da recepção da maternidade municipal de Embu das Artes (centro) repreendida de forma ostensiva pelo prefeito Ney Santos (PRB) em público no fim de semana não irá mais trabalhar na unidade quando voltar a exercer o serviço público. Conforme apurou o VERBO, a funcionária, que é servidora concursada, tinha direito a férias, pediu para tirar os dias de descanso e teve a solicitação atendida. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde.
O governo já tirou a servidora da maternidade e vai mudá-la de local de trabalho. Conforme apurou a reportagem, ela solicitou ir trabalhar no Samu (ambulâncias de urgência), porém ouviu como resposta que o pedido será analisado. Mas a atendente será alvo de sindicância interna. Segundo a gestão, um processo administrativo já foi instaurado e até que seja concluído a funcionária, quando voltar de férias, irá para um setor em que não tenha contato com o público.
Durante reprimenda à funcionária – gravada em vídeo, que foi lançado nas redes sociais com grande repercussão -, Ney disse em visita surpresa à maternidade, no sábado (22), que a servidora “não está preparada” para trabalhar lá, “não tem educação e “não sabe conversar”. Ele mandou o secretário José Alberto Tarifa (Saúde), que o acompanhava, “tomar as medidas cabíveis”. O vídeo não mostra, porém, o mau atendimento, começa já com a repreensão dele à atendente.
O prefeito poderá, porém, responder a processo de indenização milionária por assédio moral à servidora pública, devido a “agravantes em série”. A censura foi gravada, editada – com a introdução de “memes” de exaltação a falas de Ney e zombaria a respostas da atendente – e amplamente divulgada, com potencial de risco à integridade dela. Casos semelhantes têm rendido ganho de causa aos denunciantes. Conforme apurou o VERBO, o Sindicato dos Funcionários Públicos entrou em contato com a servidora e pediu que compareça à entidade para mover uma ação contra o prefeito.
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Triste ocorrido, o prefeito querendo fazer marketing com o abuso a um funcionário, se queria repreendê-la deveria te-la chamado ao seu gabinete, e não transformar a bronca em um circo. Pelo menos ela vai garantir a aposentadoria, e o prejuizo aos cofres públicos vai ser pago pelo povo.