ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A Câmara Municipal de Embu das Artes analisa na sessão nesta quarta-feira (22), a partir das 18h, as contas do ex-prefeito Chico Brito (sem partido) de 2013 – quatro anos após o exercício fiscal e com o político não mais no cargo. Os vereadores irão votar a favor ou contra parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que recomenda desaprovação da gestão financeira e contábil de Chico – que governou Embu por oito anos (2009-2016) e em 2013 estava no PT.
A votação está gerando grande agitação no meio político de Embu diante da expectativa de que Chico terá as contas rejeitadas. Em consequência, ficará inelegível (proibido de ser candidato) por oito anos – apesar de negar nos últimos meses à frente do Executivo, ele já disse ter pretensão de sair a deputado estadual em 2018. Embora a votação seja sobre as contas de 2013, Chico é acusado de ter deixado a prefeitura, em 2016, com um rombo nos cofres municipais.
O prefeito Ney Santos (PRB) diz que a gestão passada deixou uma dívida de R$ 247 milhões. Antes das eleições, porém, Ney apoiou Chico quando vereador presidente da Câmara, ao aprovar projetos de interesse do Executivo e fazer indicações políticas para cargos da prefeitura. Ele chegou a dizer em 2015, em meio a discussão sobre reforma política, que Chico devia governar a cidade por mais dois anos que estavam sendo propostos por fazer trabalho “maravilhoso”.
Doze dos 17 vereadores foram eleitos na coligação de Ney e devem seguir parecer do TCE, pela desaprovação das contas. Mas o placar contrário ao ex-prefeito deve ser mais dilatado, com votos da oposição. A Câmara tem hoje dez vereadores novatos, que não tinham mandato enquanto Chico governava a cidade, mas sete já estavam na Casa, que acompanharam de perto a gestão, inclusive para fiscalizar o Executivo, entre eles o vereador Gilson Oliveira (PMDB).
Na semana passada, Gilson publicou no Facebook uma chamada para a sessão e adiantou “voto a favor” da rejeição das contas de Chico. Em recuperação de cirurgia, ele ainda não participou de nenhuma sessão, mas avisou que hoje, “mesmo debilitado e de atestado médico”, estará presente. Curiosamente, Gilson antes era enfático em dizer que Chico era “trabalhador” e o que falava cumpria. “Chico não tem calo na língua. Tem nas mãos, de tanto trabalhar”, dizia.
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE