Hugo vê dívida de R$ 240 milhões, mas anuncia 1/3 dos secretários de Chico

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito interino de Embu das Artes, Hugo Prado (PSB), anunciou na tarde desta terça-feira (3) os integrantes do secretariado municipal, no total de 20 pastas. Apesar da divulgação dos nomes, menos de um terço dos secretários estava na entrevista à imprensa para apresentação – o motivo da ausência dos demais não foi explicado. Os secretários nomeados, sem exceção, são os que já tinham sido anunciados ou discutidos pelo prefeito eleito Ney Santos (PRB).

Ao lado do secretário de Governo, Francisco Cal, um dos ex-secretários de Chico, prefeito interino Hugo Prado apresenta secretariado
Ao lado de Francisco Cal (Governo), um dos ex-secretários de Chico nomeados, Hugo Prado apresenta equipe

Ney tem o grupo de auxiliares diretos que escolheu em ação na prefeitura apesar de impedido de governar. Ele tem a prisão decretada e está foragido – há quase um mês, desde quando promotores do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado), do Ministério Público de São Paulo, fizeram as buscas, em 9 de dezembro. Ney é réu por tráfico de drogas, associação a facção criminosa e lavagem de dinheiro. O vice Dr. Peter (PMDB) participou do anúncio do secretariado.

Apesar do discurso de Ney de mudança na campanha para se dizer o oposto da gestão Chico Brito (sem partido) que rotulava como do PT, Hugo anunciou apenas duas secretarias a menos e seis secretários do ex-prefeito – Francisco Cal (Governo), Paulo Vicente (Educação), Roberta Santos (Assistência), Nelson Pedroso (Obras), Alcionei Miranda (Indústria e Comércio) e José Roberto (Finanças) -, além de um ex-secretário do PT até o ano passado, João Ramos (Pró-Habitação).

Hugo leu o nome um a um dos secretários, mas só reuniu à frente o secretário de Governo, Cal, o secretário de Gestão de Pessoas, pastor Marco Roberto, e justificou a ausência do secretário-chefe de Gabinete, Joel Mattos (advogado de Ney), não dos demais. Ele deixou para chamar por último o secretário de Esportes, Maurício Cafu, irmão do ex-jogador Cafu – que chegou a se reunir com Ney após as eleições, mas disse não poder aceitar ser secretário e indicou o familiar.

“Todos os secretários terão seis meses para apresentar trabalho. Fomos eleitos em um agrupamento com 14 partidos e dentro de uma discussão indicamos nomes técnicos para preencher os cargos de secretário. Agora, cada secretário tem que fazer jus à indicação, e no período de seis meses vamos realizar uma avaliação para saber se estamos atendendo os anseios da população junto com os vereadores, mas tenho certeza que todos vão se sair muito bem”, disse Hugo.

Hugo reafirmou ter expectativa de que Ney assuma a prefeitura em breve e disse que vai fazer o melhor enquanto estiver à frente da gestão, quando apontou que o município vive uma situação que classificou de “extremamente delicada”. “Infelizmente, estamos recebendo a nossa cidade com uma dívida de aproximadamente R$ 240 milhões, que corresponde a 50% do orçamento executado no último ano”, afirmou. Chico disse que o “déficit” era de R$ 129 milhões.

“Desde já, quero pedir a compreensão dos vereadores para que possam estar conosco nos auxiliando nos embates, pedir a compreensão dos nossos munícipes, sabemos o quanto estão sofrendo. Por exemplo, a situação da saúde é um dos maiores problemas que vamos ter que enfrentar na nossa gestão, chegamos ao caso de unidades [UBS] e pronto-socorros com ausência de medicamentos e insumos. Vamos ter que resolver com total autoridade e serenidade”, disse.

Secretários municipais:
Secretários municipais de Embu das Artes: Francisco Cal (Governo); José Roberto (Finanças); Paulo Vicente (Educação); José Alberto Tarifa (Saúde); Roberta Santos (Assistência Social); Nelson Pedroso (Obras); Léo Novais (Serviços Urbanos); Gustavo do Rancho (Mobilidade Urbana); Maurício Cafu (Esportes); Rosana do Arthur (Cultura); Fernando Ferreira (Segurança); Anderson Zonta (Turismo); Alcionei Miranda (Indústria e Comércio); João Ramos (Pró-Habitação); Daniel Cassio (Planejamento e Meio Ambiente); Marco Roberto (Gestão de Pessoas); Marcelo Ergesse (Jurídico); Joel Matos (Chefe de Gabinete); Jones Donizette (Gestão Tecnológica e Comunicação); Amlurb (Agência Municipal de Limpeza Urbana) – a definir

Hugo anunciou ainda como primeira medida ter baixado decreto “criando uma comissão que vai reavaliar e rediscutir todos os contratos do governo”. “Tomaremos as medidas legais, cabíveis. Vamos congelar os pagamentos aos fornecedores para que possamos fazer um acordo e não deixar que a cidade pare”, afirmou Hugo. Ele disse que vai ainda demitir 120 servidores comissionados, além de cancelar o Carnaval deste ano, que tinha verba de R$ 200 mil.

Questionado pelo VERBO como o governo terá eficiência se vários secretários eram da gestão que endividou a cidade – inclusive o de Finanças -, Hugo disse que “é natural” que aliados integrantes da gestão passada sejam nomeados como “indicações técnicas”. “Mas já deixamos claro, não existe secretário do governo Chico ou governo A, existe secretário de Embu que será avaliado ao longo de seis meses. Aqueles que passarem nessa experiência serão mantidos”, disse.

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