Veteranos podem tirar presidência de Hugo Prado; Câmara realiza posse às 9h

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Três veteranos ou experientes vereadores se distanciaram do grupo dos 12 eleitos na coligação do prefeito eleito – foragido – Ney Santos (PRB), entre 17 parlamentares no total, e ameaçam a eleição do novato Hugo Prado (PSB) como presidente da Câmara de Embu das Artes. Em situação sem precedentes na história de Embu, o chefe do Legislativo responderá provisoriamente pela prefeitura. A posse dos vereadores – apenas – é neste domingo (1º), 9h, na Câmara.

Diante do prefeito Chico Brito, de quem foi assessor, o vereador eleito Hugo Prado participa de inauguração
Diante de Chico, o vereador eleito Hugo Prado (PSB), mais cotado para presidente, em inauguração em 2015

Ney não tomará posse por ter a diplomação (condição para exercer cargo eletivo) suspensa por ser alvo de denúncia de tráfico de drogas, associação a facção criminosa e lavagem de dinheiro. Como parte da campanha da chapa foi paga com dinheiro ilícito, segundo o Ministério Público, o vice Dr. Peter (PMDB) também não poderá assumir o Executivo. Nas primeiras nove horas deste dia 1º, até a posse, a já ex-vereadora Rosana do Arthur (PMDB) será a prefeita.

Os vereadores Luiz do Depósito (PMDB), escolhido nas urnas em outubro para quarto mandato e segundo mais votado entre os 17 eleitos, Júlio Campanha (PRB), que conquistou o cargo pela terceira vez, e Gilson Oliveira (PMDB), reeleito e quarto mais votado no pleito neste ano, se “rebelaram” diante do fato de Ney não assumir a prefeitura e passaram a articular a eleição de um dos três à presidência e contestar a escolha de Hugo para o cargo, conforme apurou o VERBO.

Os três compartilham que Hugo, além de inexperiente – primeiro mandato aos 28 anos -, “não tem base política” para ser presidente e virar prefeito, ainda que em caráter provisório. Tentam viabilizar um do trio, mas sem passar ideia de desobediência a Ney, que, apesar de foragido, “continua dando as cartas”, nas palavras de aliado. Ney decidiu que os eleitos aliados elegeriam Hugo presidente em acordo com o presidente do PSB, Roberto Terassi, antes da eleição.

Para emplacar um do trio, os “rebeldes” teriam ainda insuficientes oito votos contra nove dos “mais fiéis” a Ney no mais favorável dos cenários, com os dos cinco eleitos na oposição – contudo, precisariam de dois votos do “outro lado”, já que a vereadora Dra. Bete (PTB) não deve ir à posse por se recuperar de uma cirurgia – a votação do presidente e demais quatro cargos da mesa-diretora é aberta, cada vereador pronuncia o nome do escolhido para cada posto.

Até por conta da desvantagem, o trio já iniciou a movimentação antes e desistiu, o que pode voltar a ocorrer até a hora da votação. Em caso de recuo, Hugo confirmará o favoritismo e será eleito presidente. Até o início deste ano, ele foi assessor pessoal do prefeito Chico Brito (sem partido), que o incumbiu, com livre trânsito, de obter apoio de líderes religiosos a iniciativas do governo. Ele passou a entusiasta de Ney e a atrair padres e pastores para apoiar o candidato.

No cenário considerado mais provável, Hugo terá, no mínimo, 13 votos, inclusive o de André Maestri (PTB) – e não 14 pela ausência de Dra. Bete. Os três do PT, Rosângela Santos, Edvânio Mendes e Doda Pinheiro, negociam lugar na mesa-diretora, mas os novatos, os “mais fiéis” a Ney, querem todas as vagas. Se tiverem êxito, os petistas votarão também em Hugo – até a eleição, a posse será conduzida pelo mais votado nas eleições neste ano, Rosângela (PT).

A mesa deverá ser composta por Hugo, presidente; Carlinhos do Embu (PSC), vice; André, 1º-secretário; Jefferson do Caminhão (PSDB), 2º-secretário; e Edvânio, 3º-secretário. Caso os novatos não aceitem, Luiz ou Júlio deve ocupar a 1ª-secretaria, e Júlio ou Ricardo Almeida (PRB), a 3ª-secretaria. Presidente, Hugo será proclamado prefeito, por 90 dias até novas eleições. No caso, Marcão do Vista Alegre (PTC), primeiro suplente, será convocado. Carlinhos assume a Câmara.

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