ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Chico Brito (sem partido) reinaugurou nesta terça-feira (20) a maternidade e o pronto-socorro infantil de Embu das Artes, após seis meses de reforma e grande desgaste político ao governo municipal, que sofreu críticas da população e ataques de candidatos a prefeito nas eleições neste ano. Chico, que reabriu a unidade a cerca de dez dias de terminar a gestão, foi acusado de fechar para enxugar gastos e conseguir fechar as contas no fim do mandato.
A maternidade teve impermeabilização do telhado, restauração da rede hidráulica e elétrica, adequação dos leitos para as pacientes terem acompanhante, ampliação de salas de pré-parto e pintura geral – tinha vazamento e infiltrações. Com a reforma, a cozinha para servir o complexo foi reconstruída, área fechadas passaram a ser ventiladas, um espaço de convivência dentro da maternidade para as mães tomarem banho de sol foi aberto e a brinquedoteca foi ampliada.
“A principal mudança foi de humanização do parto, a enfermaria não era adequada, com três pacientes em cada, e não comportava o acompanhante. Agora, temos uma enfermaria totalmente reformada, com TV, dividimos o quarto em dois, com biombo, em cada com um leito e local [poltrona] para o acompanhante ficar com a paciente. E aumentamos dois leitos de pré-parto. Com espaço maior, consigo ter o acompanhante”, disse o diretor-técnico Egídio Malagoli.
Reservar o local para acompanhante reduziu as acomodações de internação. “De 28 leitos de enfermaria, fomos para 20. Aumentamos uma enfermaria e melhoramos o espaço com privacidade [para paciente], isso qualifica o serviço. São oito leitos a menos, mas dificilmente usava os 28. Os 20 já são suficientes, o que dá em torno de 140, 150 partos por mês”, disse Malagoli. A assessoria de Chico afirmou na véspera que com a reforma a maternidade não perderia leitos.
A secretária Sandra Fihlie (Saúde) discursou em desabafo sobre as críticas acerca do fechamento. “Muitas pessoas, não só de Embu, mas fora daqui, não acreditaram, achavam que estávamos mentindo sobre o que estávamos fazendo aqui”, disse. O ex-candidato a prefeito Toninho Serapião gritou que “maternidade não pode fechar, é uma necessidade”. “Perfeito. Eu duvido que na região tenha uma maternidade como esta, com padrão de particular”, retrucou a secretária.
Sandra disse que durante o fechamento “não tivemos nenhuma intercorrência” entre gestantes de Embu. A presidente da Câmara em exercício, Rosana do Arthur (PMDB), defendeu a gestão. “Sempre confiei no prefeito Chico Brito, quando disse aos vereadores que ia reinaugurar a maternidade. Acompanhei algumas mães que precisaram da maternidade, elas foram muito bem atendidas em outros locais, não tivemos problema, era a nossa preocupação”, disse Rosana.
Chico olhou para placa e citou que o ex-prefeito Geraldo Cruz (PT) inaugurou a maternidade em 2004, um prédio “que era esqueleto há mais de 20 anos”, e que ele criou o primeiro PS infantil em 2011, quando reagiu aos críticos da decisão de fechar para realizar a obra. “Eu só queria saber se quem me criticou botaria a mulher, a filha para ter nenê numa maternidade em reforma, com lixa, barulho, poeira. Antes já estava perigoso, com vazamento, infiltração, mofo”, disse.
Em resposta aos candidatos a prefeito que o criticaram, Chico disse que teve “coragem” de fechar a maternidade para reforma no período eleitoral. “Muita gente falava: ‘Chico, está acabando seu mandato, vai arrumar confusão na hora dessa?’ [Respondia:] ‘Só que se alguma criança morrer até 31 de dezembro por conta de infiltração a responsabilidade é do Chico Brito’. Já reformamos posto de saúde funcionando, mas equipamento médico-cirúrgico, não tem como”, disse.
Chico destacou ainda que as gestantes poderão ter a presença de acompanhante na maternidade, cuja reforma custou cerca de R$ 400 mil, recurso da própria prefeitura. “Os quartos não tinham o mínimo de privacidade e garantimos isso, todo equipamento novo. [Adversários] Quebraram a cara, falando que eu não ia fazer”, disse. Participaram ainda da inauguração o vereador Edvânio Mendes (PT) e os vereadores eleitos Rosângela Santos (PT) e Gerson Olegário (PTC).
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