Aprígio não reconhece vitória de Fernando e vê fraude nas urnas; Justiça rebate

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O candidato derrotado à prefeitura de Taboão da Serrra Aprígio (PSD) lançou na terça-feia (4) suspeitas sobre a apuração dos votos nas eleições municipais de domingo (2) ao sugerir que as urnas podem ter sido fraudadas antes de serem levadas aos locais de votação. No pleito em que o prefeito e candidato à reeleição Fernando Fernandes (PSDB) venceu no primeiro turno, com 53,7% dos votos válidos, Aprígio foi o segundo mais votado, com 23,63% – 29.724 votos.

“O que muita gente fala é que as urnas chegaram aqui em Taboão da Serra, acho que na quinta-feira [29 de setembro]. E todo mundo diz que as urnas precisam se administradas pela Polícia Militar e não aconteceu, passou uma noite e mais um pouco na Guarda [Civil Municipal]. Isso deixa a gente com dúvidas porque eu não sei como se faz o trâmite de urnas”, disse Aprígio ao “Taboão em Foco”. A GCM é subordinada ao secretário Gerson Brito, cunhado de Fernando.

Aprígio (PSD), que acredita que urnas podem ter sido manipuladas nas eleições domingo, vota no centro

Questionado se acusava que as urnas foram fraudadas, Aprígio preferiu não confirmar, mas disse ter conversado com mesários e fiscais e que em breve fará uma reunião com advogados para saber as providências que podem ser tomadas. “Eu não vou dizer fraude. Mas mesários e fiscais disseram que chegaram [às escolas] e as urnas já estavam abertas e no local. Muitos sequer assinaram para autorizar abrir as urnas e iniciar os trabalhos”, declarou Aprígio.

O candidato do PSD também disse que durante a votação pessoas já falavam o percentual de votos que o prefeito teria. “Nunca ninguém tem o resultado preciso antes da apuração. E já havia o número de votos que alguns vereadores iriam ter. Meio-dia, já tinha fiscal que dizia que o Fernando já tinha 52% [dos votos]. Como a pessoa sabia se não tinha apurado ainda? Que algumas pessoas teriam um ‘x’ de votos, número redondo como aconteceu”, questionou Aprígio.

Aprígio não citou nenhum caso concreto. “Prefiro aguardar mais”, disse. Ele agradeceu os eleitores que o receberam bem na campanha. “Tenho que agradecer aqueles que abriram as portas para mim, aqueles que eu entrei e tomei café na casa deles, que me deram o maior apoio. Eu tenho que mandar um abraço e agradecer essa gentileza, e não foram poucos, foram por volta de 30 mil pessoas. Tenho que agradecer e dizer ‘calma, que a oposição está aqui’”, declarou.

Aprígio disputou a eleição a prefeito pela segunda vez, depois de concorrer em 2012, quando teve 46.999 votos. Ele obteve agora 17.275 a menos, queda de 37% na votação. Há quatro anos, havia três candidatos. Neste ano, o dobro. “Cada eleição é uma situação. Quem está no mandato, a máquina pesa [a favor] e pesa muito. Hoje a maioria dos moradores de Taboão da Serra são coagidos a votar. São obrigados a votar. Alguns votam por medo”, justificou.

“Com certeza, a pessoa ameaçada e com assédio moral, a pessoa que tem a máquina tem mais vantagem”, avaliou ainda Aprígio. “Foi uma campanha muito pesada, não se podia fazer campanha em Taboão da Serra, só o candidato da máquina. Qualquer um de nós [da oposição] que estava colocando uma placa, eles mandavam arrancar. Quando a gente estava distribuindo material nas ruas, mandavam tirar da nossa mão, como aconteceu duas vezes”, declarou.

OUTRO LADO
A juíza da 416ª Zona Eleitoral, Carolina Conti Reed, disse que as urnas são 100% confiáveis. “A segurança do sistema eletrônico de votação é feita em camadas. Por meio de dispositivos de segurança de tipos e com finalidades diferentes, são criadas diversas barreiras que, em conjunto, não permitem que o sistema seja violado. Em resumo, qualquer ataque ao sistema causa um efeito dominó e a urna eletrônica trava, não sendo possível gerar resultados válidos.”

A juíza também negou, em nota, que as urnas tenham ficado sob responsabilidade da GCM. “Todo o esquema de segurança da eleição foi cuidadosamente planejado em reunião com os representantes da Polícia Militar. Em nenhum momento, as urnas eletrônicas ficaram sob a vigilância da Guarda Civil Metropolitana [sic]”, disse. Disse que as urnas estavam abertas nas seções, mas desligadas, e coube somente ao presidente de cada seção ligar e imprimir a zerésima.

comentários

>