ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito de Taboão da Serra e candidato à reeleição Fernando Fernandes (PSDB) prometeu implantar o bilhete único municipal com utilização de mais de uma condução por “duas ou três horas” pelo preço de uma passagem, durante caminhada no Jardim Panorama, região do Pirajuçara, na manhã de domingo (11). Ele “reciclou” a proposta, prometida na campanha há quatro anos, sem cumprir. Além do transporte, abordou saúde e esporte, questionado por eleitores.
Sob sol forte, Fernando andou pelas ruas Luís Queirós e Enus Araújo em corpo a corpo com eleitores em que ouviu manifestações de apoio. Diante do pedido do candidato de que o “ajude” nestas eleições, uma moradora disse já ter decidido. “O meu voto, da família toda é seu”, disse. “Vai tomando nota, e no final veja quantos votos eu tive”, brincou Fernando com o VERBO. Ele puxou papo descontraído com conhecidos de quando era médico na região, nos anos 70.
“É muito difícil a gente discutir ações, plano de governo [nas caminhadas], esse corpo a corpo com o eleitor é mais passional, carinhoso, e se vai ouvindo as reclamações, que são comuns, na saúde… Precisamos melhorar determinadas coisas. Algumas reclamações procedem e outras, não. O importante é esse contato, receber demonstração de apoio, que é combustível na reta de chegada em que a gente está estafado da campanha, esta é curta e muito intensa”, disse.
Contudo, Fernando ouviu cobrança sobre a “precariedade” do transporte municipal (Circular 5) no Jardim Panorama e no Jardim Scândia. “É uma hora para aguardar um ônibus, quando passa, vem dois de uma vez. É um descaso com a população, até na fiscalização. A gente não tem meio de condução, e tem que cumprir horário de trabalho, depende dessa condução, e há muitos anos isso aqui está um descaso”, contou Cláudia Bonfim, 47, após o candidato se retirar.
Depois, o candidato também ouviu reclamação de uma moradora indignada pela unidade de pronto-atendimento de crianças (PSI) no Jardim Santo Onofre, na mesma região do Pirajuçara, não ter médico de ortopedia. “Falei para ele por que não tem ortopedista no Pronto-socorro Infantil. Ele disse que não vai pôr ortopedista por causa do pessoal [moradores] de Embu [das Artes]. E por isso nossas crianças pagam o pato, é correto isso?”, disse Sirleide Vieira, 40.
Ao final da caminhada, em entrevista ao VERBO, Fernando disse que a deficiência do transporte será sanada com novo contrato e falou em criar o bilhete público, ao admitir já ter prometido em 2012. “Reciclei [a proposta]. Infelizmente, por conta das concorrências com a Pirajuçara não conseguimos implantar neste primeiro governo. Mas já providenciamos um edital para uma nova licitação que vai acontecer e agora fizemos essa nova proposta do bilhete único”, afirmou.
“O bilhete será com passagem em torno de R$ 3,80, o usuário vai poder usar durante duas ou três horas – estamos estudando – com o mesmo bilhete”, disse, ao frisar que a tarifa de R$ 3,80 seria “o valor se a concorrência acontecesse agora”. Ele evitou confirmar a próxima alta e lembrou que em 2013 revogou os R$ 3,30 para os atuais R$ 3. “O Brasil atravessa um momento em que as famílias estão em dificuldade, a gente vai lutar sempre pelo menor preço”, disse.
Fernando confirmou que o PSI não terá ortopedista. “Expliquei para ela [moradora] que é muito difícil, a ortopedia é um serviço que não depende só do ortopedista, tem toda uma estrutura, sala de gesso, raio-x só para aquilo. E no Santo Onofre, temos um problema sério, atendemos 50% do Embu, teríamos um custeio quase inviável para manter essa estrutura e principalmente para atender metade do outro município. Preferimos conduzir a criança ao Antena”, disse.
Fernando ainda ouviu pedido de área de esporte no bairro. “Não tem, para fazer caminhada aqui é horrível. Tinha a praça Luiz Gonzaga, mas fizeram o Poupatempo, não sobrou nada, as crianças querem brincar, têm que ir no Parque das Hortênsias, que soube que também vai fechar. Ele falou que vai ver se abre mais espaços”, disse Graciane Cardoso, 37. “Ele vai fazer algo ali no campo. Já é alguma coisa, mas para a gente, mulher, falta”, endossou Fabiana Oliveira, 41.