RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O candidato a prefeito de Embu das Artes Ney Santos (PRB) traja camisa laranja e “olha” para o horizonte, sobre fundo ferrugem com foto tipo “marca d’água” de casas da periferia de uma cidade da metrópole e nascer do sol. Ele está “apresentável” ao eleitor, não fossem dois “feitos”: a propaganda é uma cópia da peça da campanha de um candidato a prefeito de uma capital há quatro anos e obra de autor em quem Ney não deveria se inspirar pelo discurso que “vende”.
Ney aparece em propaganda eleitoral praticamente igual – o que pode configurar plágio – à da campanha em 2012 do então candidato e hoje prefeito de São Paulo postulante à reeleição Fernando Haddad. Com exceção da imagem “característica” de cada cidade, com prédios no caso da capital paulista, e de que está ao lado do candidato a vice, Ney também usa camisa de cor pastel e faz a mesma “pose” de lado e olhar para a frente, com o raiar do sol ao fundo.
Curiosamente, Ney se “identifica” com um político do PT, partido que elege como alvo ao fazer o discurso “seletivo” contrário a corrupção, apesar de outras siglas estarem envolvidas em desvios pelo país. Ney, que apoiou a presidente Dilma Rousseff em 2010 e chegou a fazer “dobrada” com o hoje adversário Geraldo Cruz, tentou “repisar” que Geraldo é do PT. Mal sucedido, ele passou a associar o petista ao prefeito Chico Brito (sem partido), cujo governo é mal avaliado.
Ironicamente também, Ney tem propaganda eleitoral inspirada na peça do publicitário João Santana, que fez a campanha de Haddad em 2012. Santana foi preso pela Operação Lava Jato e virou réu por crimes relacionados a corrupção, em decisão do juiz Sérgio Moro. Ney discursa contra a corrupção, mas em votação de moção na Câmara de Embu declarou que votaria a favor do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também réu na Lava Jato.
O candidato Ney Santos e a assessoria de comunicação foram procurados pela reportagem, mas não responderam.