RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Desde que o próprio assessor do vereador e pré-candidato a prefeito Ney Santos (PRB) o acusou de usar conta no Facebook falsa para ofender uma jornalista de um site da região, há 20 dias, o perfil em nome de uma mulher “sumiu” da rede social e não só parou de atacar a editora e o jornal online, como não postou mais nada. “Esqueceu”, até, o adversário político de Ney do qual o vereador disse que a profissional era assessora, uma acusação não verdadeira.
O coordenador de Comunicação da Câmara, Genildo Rocha – assessor de Ney, que o nomeou ao virar presidente, em 2015 -, acusou o vereador sobre o perfil “fake” em entrevista à imprensa ao não suportar ver, conforme próprio declarou, que Ney “não está sendo verdadeiro” ao afirmar na sessão, instantes antes, que não o pressionou a tirar reportagem do Jornal Na Net do ar e não está por trás da conta que atacou covardemente a jornalista Sandra Pereira.
“O sr. não foi verdadeiro, nem o sr. nem seus assessores, em nenhum momento”, disse Genildo para citar que o perfil de Lilian Queiroz xingou a profissional. “Quem que é Lilian Queiroz?”, retrucou Ney. “‘Fake’ do sr! E o sr. sabe do que se trata”, respondeu Genildo. Ney disse que ele vai ter que provar. “Para isso existe IP de computador [para identificar autor]”, avisou Genildo. Ele afirmou ter como provar. Ao VERBO, declarou que provará em entrevista que dará em breve.
Após Ney ouvir a acusação do assessor de ser o mentor do “fake”, o perfil de Lilian Queiroz cessou as publicações. Curiosamente, fez a última um dia antes, 21 de junho, sendo que antes as postagens ou comentários eram quase diários. Na derradeira vez, atacou o deputado estadual Geraldo Cruz, principal adversário de Ney na sucessão, ao atribuir ao petista o fechamento da maternidade. Sandra denunciou o perfil à Delegacia Seccional de Taboão da Serra.
Após Ney atacar o site com a expressão “jornaleco” na sessão anterior, o perfil apontado pelo assessor como “fake” fez postagem em 19 de junho em que usou o mesmo termo pejorativo. “Isso aí Ney Santos! Não se cala diante dos jornalecos do PT! Mito!”, publicou, sobre vídeo que mostra Ney discursando que resistiu a vários dias de noticiário negativo em 2010, quando então candidato a deputado federal foi investigado por compra de votos com “vale-combustível”.
Genildo apontou que Ney foi ingrato. “Eu lamento, presidente, eu ter dedicado seis, sete anos da minha vida, muitas vezes [sacrificando] meus objetivos, para te auxiliar, estar do seu lado”, disse. Reagiu ao ataque ao site. “Esse jornaleco que o sr. falou quantas vezes publicou [sobre o sr.].” Conforme apurou o VERBO, Genildo foi o mentor de Ney ser político quando o hoje vereador era tratado feito um “leproso” – ninguém queria estar perto por ser visto apenas como ex-presidiário.