Sem-teto no Parque Laguna ameaçam fechar BR-116; prefeito recebe comissão

Especial para o VERBO ONLINE

ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Famílias que ocupam desde o fim de maio terreno particular no final da avenida Castelo Branco, no Parque Laguna, em Taboão da Serra, fizeram manifestação nesta terça-feira (5) contra reintegração de posse da área, já determinada pela Justiça. Os sem-teto se organizaram com faixas e cartazes e se concentraram em frente à propriedade com a intenção de sair em passeata até a prefeitura (centro), para pressionar contra deixar o local.

Sem-Teto-CC
Os sem-teto desistiram da passeata até a prefeitura ao saberem que o prefeito recebeu líderes do movimento

O grupo permaneceu de prontidão para iniciar a marcha enquanto os líderes foram até a prefeitura tentar uma reunião com o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), que os atendeu em uma conversa que durou pouco mais de quarenta minutos. Sem definição, novo encontro foi agendado para terça-feira (12), às 9h. No local desde 28 de maio, os sem-teto esperam que a prefeitura os auxilie com programa de moradia para que possam permanecer no local.

Os ocupantes do terreno acusam que a família Basile é proprietária da área e tem dívidas muito altas com a municipalidade pelo não pagamento de impostos. De acordo com os líderes, mais de duas mil famílias estão cadastradas e acampadas no local, todas oriundas de bairros da periferia de Taboão da Serra – no mesmo terreno, em território que já é São Paulo, mais famílias estão acampadas, mas a organização pertence a outro grupo.

A reintegração de posse ainda não tem data para acontecer. Porém, informados da decisão judicial, os ocupantes ameaçam fechar a rodovia Régis Bittencourt em protesto, por entenderem que a operação pode ser executada a qualquer momento. Os líderes que se reuniram com o prefeito disseram que Fernando garantiu que nenhuma ação de reintegração será feita pelo menos até a próxima reunião, o que fez com que tomassem a decisão de cancelar o ato.

Após mais de duas horas concentrados na entrada da invasão, os sem-teto resolveram encerrar a manifestação ao saber que a comissão foi recebida. Fernando tinha dito que não negociaria com as famílias por conta de que o terreno não é da prefeitura e o governo municipal não tem como monitorar áreas particulares, ainda mais como a do Parque Laguna, com estimados 25 mil m². Em ano eleitoral, em que disputará a reeleição, aceitou pelo menos dialogar.

comentários

>