Taboão não vence e torce por empate de concorrentes para ir à semi no futsal

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

As meninas do futsal de Taboão da Serra apenas empataram com Santo André, por 3 a 3, e se complicaram na busca de vaga entre as quatro melhores equipes na reta final do Campeonato Metropolitano, no sábado (2), no ginásio Zé do Feijão. Sem vencer, o time depende, para ir à semifinal direto, de um empate entre São Caetano e o próprio Santo André, que jogam nesta terça-feira (5). Em caso de vitória de um dos dois, Taboão terá de disputar as quartas-de-final.

Em casa, Taboão partiu ao ataque desde o início e abriu o marcador logo a 1min36 de bola em jogo. Em cobrança de falta ensaiada, Su Reis recebeu na direita e alçou para o outro extremo da área, Nathália dominou e tocou de lado para Bibi, que sem marcação chutou na saída e entre as pernas da goleira de Santo André. Parecia que o time ia ampliar o placar sem dificuldade, mas a equipe do ABC conseguiu parar as velozes e habilidosas anfitriãs e equilibrou a partida.

Aline disputa bola com adversária de Santo André no jogo em que Taboão virou o placar, mas cedeu empate

Aos 15min05, em desatenção de Taboão no passe na defesa, Natália tomou a bola e rolou para Marcela, que de frente para o gol bateu firme na saída da goleira Marielle: 1 a 1. Santo André pulou à frente, Drika deu um carrinho no meio da quadra, na lateral, em lance não capital, e cometeu a sexta falta do time, para tiro direto da marca do pênalti para o time do ABC. Natália, a do passe no primeiro gol dos visitantes, chutou rasteiro no canto e fez 2 a 1, aos 18min14.

Taboão logo empatou, em arremate para o gol, a bola bateu na mão de atleta de Santo André na área, a arbitragem marcou pênalti. Aos 19min01, Aline bateu acima da cabeça da goleira Flaviani e converteu: 2 a 2, placar do primeiro tempo. Na segunda etapa, o jogo se manteve muito disputado e truncado, com contornos dramáticos, em que o time da casa buscava a vitória e a equipe adversária explorava o contra-ataque, interessada pelo menos em um empate.

Aos 5min16, Fernanda afastou mal marcada por Luana, Nathália pegou a bola resvalada e rolou para a própria Luana, que bateu de primeira: 3 a 2. Mas aos 8min04, Helen recebeu lançamento no meio da quadra, livrou-se da marcação de duas atletas taboanenses, avançou em velocidade e fez 3 a 3. As mandantes pressionaram, recorreram a goleira-linha, mas não bastou. No minuto final, o jogo ficou parado após confusão entre o banco das visitantes e a torcida de Taboão.

Depois de três derrotas seguidas do time – duas de goleada -, para São José (3 a 2), Marília (6 a 1) e Pinhal (6 a 3), a capitã Su Reis lamentou o empate. “Não era o que a gente esperava. Infelizmente, a nossa bola não entrou, a gente fez uma bela partida, só que na hora da bola final, de fazer o gol, não conseguiu. Mas está bom, vamos dar seguimento ao campeonato, ver como será o resultado das próximas partidas para ver como a gente se classificará”, disse a camisa 9.

A técnica Cris Souza avaliou que Taboão falhou em instantes cruciais. “A gente perdeu algumas oportunidades e errou onde não podia errar. Elas vieram com uma proposta mais defensiva, de esperar o jogo e sair nos contra-ataques. Conseguiram, no terceiro gol, tiveram uma bola no contra-ataque e conseguiram empatar o jogo. A gente estava bem, tocando a bola, controlando o jogo, mas infelizmente [perdemos] no detalhe”, disse. Taboão alcançou 19 pontos.

O técnico Valmir Pantigas, de Santo André, festejou o 1 ponto. “Estamos fora de casa, um empate ou vitória era o que nos interessava. O resultado foi justo. A única coisa lamentável foi a torcida organizada. Acho que está faltando um pouco de entendimento do pessoal de Taboão do lugar onde deve ficar a torcida. Não é que não é para ter, mas é torcida organizada, então é mais organizada que a gente, e a gente não vem para brigar, cuspir, xingar”, criticou.

Após receber passe de Nathália, Bibi abre o placar para meninas do futsal de Taboão, no ginásio Zé do Feijão

O árbitro Wagner Clementino disse que a torcida organizada de Taboão causou um “transtorno”. “A torcida desceu ali [da arquibancada], não dava para continuar a partida, por isso foi paralisada 4 minutos. Depois que a representante colocou eles para cima, retornamos para finalizar o jogo. Foram xingamentos, cuspe, insultos. Será relatado [na súmula]. A Federação [Paulista de Futsal] toma as atitudes cabíveis, a gente só aplica a regra”, disse o juiz ao VERBO.

O líder da Super Raça Tiago Camara disse que a torcida foi provocada. “A torcida xingou porque elas xingaram, foi só revide. As imagens vão comprovar que a gente não cuspiu em ninguém. Faltando 16 segundos, jogada de gol para Taboão, o treinador delas começou a espernear, falando que a gente estava xingando, cuspindo. Ele já chegou aqui falando: ‘Estou com a peça’. O que dá a entender é uma arma”, disse. O VERBO não conseguiu mais falar com Pantigas.

Cris protestou contra a arbitragem. “A sexta falta não existiu, a quinta, também não. A gente deixa de fazer o desarme que precisa porque é só encostar que o árbitro dá falta. O que é para ele ver, o jogo, não vê, vai ver a torcida, não vê a provocação de Santo André. Como a gente perdeu um mando [de quadra] todo mundo vem aqui se vitimizar. A gente pressionava, aí xingaram a torcida para ter pausa, treinador invadiu a quadra sem repreensão. Fico chateada”, disse.

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