Após bate-boca com PSD, PT decide apoiar Aprígio e acerta ‘chapão’ a vereador

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O PT (Partido dos Trabalhadores) de Taboão da Serra vai apoiar a candidatura do ex-vereador Aprígio (PSD) a prefeito, em decisão tomada no sábado (18) após um ano de discussões internas e momentos de azeda relação entre os dois partidos quanto ao panorama nacional. A sigla fechou aliança com a “conversa” de disputar a eleição para vereador em coligação com PSD e PC do B, vista como forte, no que está sendo chamado de “chapão”. 

Pré-candidato a vereador Wagner Eckstein (PT) e Aprígio na campanha em 2012 quando foram companheiros de chapa a prefeito e vice
Aprígio (PSD) (dir.) e Wagner Eckstein (PT) em 2012, quando foram companheiros de chapa a prefeito e vice

O PT não decidiu pelo apoio a Aprígio por unanimidade, o Professor Oderlan manteve a posição de colocar o nome como candidatura própria do partido durante o encontro. “Houve um bom debate, foi reafirmada a importância do companheiro, de sua história no partido, sua militância. Mas a maioria achou que neste momento o melhor caminho, o mais viável para o PT avançar na cidade é através da coligação com o PSD”, disse o presidente do PT de Taboão, Wagner Eckstein, ao VERBO.

Os petistas acabaram indo a votação, em que 1/3 defendeu o nome de Oderlan, mas 2/3 optaram pelo apoio a Aprígio, decisão que foi acatada. “A gente vinha nessa discussão [candidatura própria ou aliança] há um ano, alguns companheiros queriam ter decidido no início do ano. Não havia consenso. Sendo assim, fomos para o encontro [da Executiva], que é soberano. No primeiro momento, não decidiu pela aliança. No segundo momento, sim, com o PSD de Aprígio”, disse.

De acordo com Wagner, a composição proporcional com os três maiores partidos de oposicão ao prefeito Fernando Fernandes (PSDB) está fechada. “Até onde foi definido, é PSD, PT e PC do B, Aprígio é o nosso candidato a prefeito, com os três partidos para eleição para vereador. Conversamos com Aprígio, Alexandre [Depieri, presidente do PSD], Toninho [presidente do PC do B]. Está referendado, é esperar a convenção e bater o martelo”, afirmou.

A conjuntura nacional, com denúncias de corrupção e decisões de prisão contra o PT, seguidas do impeachment da presidente Dilma Rousseff, refletiu na esfera municipal. “Duas coisas pesaram bastante, a própria aliança com Aprígio em 2012 e a condição política do PT na cidade hoje, de um partido com densidade eleitoral menor do que em 2012. Precisamos da aliança para poder ter viabilidade eleitoral para voltar à Câmara, já que não temos nenhum vereador hoje”, disse Wagner.

O PT deverá ter oito candidatos a vereador. “Creio que eles representem em torno de 8 mil votos. Para quem precisa de coeficiente de 11 [mil], tem que ir para a aliança. Com PSD e PC do B, o meu prognóstico é fazer em torno de 20 mil votos, esse grupo já sai da eleição [no mínimo] com duas cadeiras. Se o jogo for bem jogado, considerado o voto na legenda tanto do PT, PC do B e do próprio PSD do Aprígio, podemos passar de 24 mil votos e brigar pela terceira cadeira”, avaliou o dirigente petista.

Há dois meses, líderes do PT bateram boca com apoiadores de Aprígio, que defendiam a prisão de petistas na operação Lava Jato e o impeachment de Dilma. “Isso também foi abordado no encontro. Essa radicalização era esperada, não dá para tomar decisão para eleição municipal com apenas o olhar da conjuntura nacional, senão fica sem nenhuma perspectiva de aliança. Agora, vamos trabalhar para eleger Aprígio, derrotar os tucanos, a direita, e voltar à Câmara”, disse Wagner.

> Colaborou Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

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