RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O DEM de Embu das Artes, presidido pelo advogado e secretário municipal Alcionei Miranda, deixou de apoiar o pré-candidato a prefeito Geraldo Cruz (PT) para aderir ao vereador Ney Santos (PRB) à sucessão municipal em outubro, em novo capítulo de reviravoltas da política embuense nos últimos meses. Com o grupo que capitaneia, Alcionei muda de lado apenas dois meses depois de quase emplacar o nome para vice e declarar que Geraldo é o melhor candidato.
Alcionei era coordenador da pré-candidatura a prefeito de Natinha, que desistiu da disputa. Com a decisão de Natinha e depois da Dra. Bete de apoiar Geraldo, Alcionei foi indicado a pré-candidato a vice, mas retirou o nome em favor do então postulante Léo Novais (PR). Após o gesto de “grandeza”, ele foi nomeado por Chico, ainda no PT, secretário de Assuntos Jurídicos. Depois, com a saída de Léo do grupo, Dra. Bete (PTB) foi escolhida pré-candidata a vice de Geraldo.
Na reunião em que recuou de ser vice, Alcionei – crítico ao PT desde a eleição de Chico – reafirmou se opor à sigla, mas distinguiu Geraldo. “Para decidir o que fazer, olhei para o passado, e contra fatos não há argumentos. A história de Embu pode ser dividida em dois períodos. Antes e depois da gestão de um prefeito que governou esta cidade! […] Geraldo Cruz, homem polêmico, ousado e de posturas firmes, transformou nosso município em 8 anos”, declarou.
“Todos sabem do meu posicionamento crítico e contrário à política do PT a nível nacional. Mas minha consciência me diz que entre os pré-candidatos a prefeito que restaram Geraldo é a melhor opção para a cidade por ter experiência, uma vez que, quando saiu da prefeitura, tinha aprovação de mais de 70% da população […] Quero ter minha decisão respeitada e vou trabalhar ainda mais para fazer vereadores pelo Democratas […] e eleger Geraldo prefeito”, afirmou.
O DEM deixou de apoiar Geraldo em investida do pastor deputado estadual Cezinha de Madureira, conforme apurou o VERBO. No linguajar dos bastidores, o desembarque de Alcionei – também pastor – do grupo do petista para ir para o do adversário Ney “foi fechado por cima, através do pastor Cezinha”, disse um assessor de Natinha. Alcionei discutiu, porém, a mudança de apoio. Curiosamente, ao aderir a Geraldo, ele disse ter “apoio da direção do meu partido”.
Alcionei postou no sábado (21) ter ido com Cezinha a uma audiência sobre o orçamento do Estado em 2017 e disse que ficou perplexo com a fala de um grupo de jovens, de “afronta às autoridades”. “Confesso que meu instinto de pai quase me pegou… Deu vontade de dar uns tapas na bunda e na boca daquelas crianças. Fazer o que seus pais não fizeram… Ah… Agora não pode mais dar tapa, estimula a violência. Mas o que eles estavam fazendo já era uma violência!!!”, disse.
Conforme apurou o VERBO, a um interlocutor Alcionei disse que “parceria só é válida quando a pessoa ganha e o outro ganha também” e que “não vejo problema nenhum em querer me usar desde que seja no formato de parceria”, em suposta insatisfação com o grupo de Geraldo. A decisão desagradou, porém, parte dos pré-candidatos a vereador do DEM. “Ele [um deles] mandou mensagem [no Whats], está chateado para caramba”, disse um agora ex-colega de grupo.
