ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE
Vereadores de Itapecerica da Serra, da oposição e também governistas, acusaram na sessão na noite desta terça-feira (5) o prefeito Amarildo Gonçalves Chuvisco (PMDB) de ignorar vários pedidos que apresentaram de obras e serviços na cidade. Em tom de forte insatisfação, os parlamentares afirmaram já ter cobrado as benfeitorias de todas as formas – “indicações, requerimentos, ofícios, ligações” -, mas não tiveram nenhuma resposta do chefe do Poder Executivo.
O vereador Jonas Feijó declarou em discurso que, embora integre a base aliada do governo Chuvisco, não concorda com a negligência da administração municipal. Autor da maioria dos 14 requerimentos aprovados durante a sessão, entre eles a implantação de cobertura e de bancos em pontos de ônibus e limpeza de vias públicas com a operação “Cata-bagulho”, o parlamentar ressaltou a importância das solicitações, mesmo que sejam consideradas “simplórias”.
“Para a população que sofre no dia a dia, são assuntos muito importantes. Transformei muitas das indicações em requerimentos, porque as indicações, ofícios, pedidos através do telefone, visitas aos departamentos, mensagens mandadas pelo WhatsApp para os secretários e o prefeito não foram atendidos. O que nos resta é fazer requerimento e choramingar aqui na tribuna”, disse Jonas – que teria trocado o PSD pelo PMDB de Chuvisco na “janela partidária”.
O vereador Edicarlos Sanguebom (PDT) ampliou o coro dos colegas parlamentares queixosos de terem as demandas ignoradas pelo governo. “Tenho vários requerimentos que não foram respondidos. Um deles, inclusive, sobre a ida constantemente do prefeito a Brasília, e até agora não vi resposta. Na semana passada, juntei tudo e levei até o nosso querido Ministério Público”, disse. Ele chamou Chuvisco de “pior prefeito que Itapecerica já viu” e de “quadrilheiro”.
Sanguebom voltou à carga e de forma contundente acusou de novo Chuvisco de envolvimento no desvio de recursos na Câmara quando era presidente. Ele reiterou que o hoje prefeito “presenteou” em 2012 a esposa Maristela Sabak Gonçalves com um cheque no valor de R$ 4.923,89 pago com recursos públicos. “Aqui tem provas concretas. Esse cheque é da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra. Esse cheque foi desviado, foi roubado!”, disse o vereador.
Já Cléber Bernardes (PMDB) disse não acreditar que as solicitações aprovadas na Câmara estão sendo “engavetadas” pelo prefeito, o que seria muito grave. “O requerimento é o último termo que temos para obrigar uma explicação do Executivo, além de esbravejar aqui na tribuna”, disse. Ele assumiu a cadeira de segundo secretário da Câmara no lugar de Gerson Lazarin (SD). “Eu tinha que vir agradecer a hombridade, o caráter de meu companheiro de bancada”, disse.
Cléber foi “contemplado” uma semana depois de voltar à Casa sob vaias e xingamentos de inúmeros manifestantes. Aliás, os trabalhos em plenário transcorreram com muita tranquilidade, sem os ânimos exaltados de vereadores e público presente na sessão passada, em que Cléber, Cícero Costa (PMDB, ex-PSDB), Hércules da Farmácia (PMDB) e Fabinho Gêmeos (PV) retornaram ao Legislativo após serem denunciados por peculato (desvio de recurso público).