ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Uma semana depois de abrir mão de ser pré-candidato a vice-prefeito na chapa de Geraldo Cruz (PT) em favor do empresário Léo Novais (PR), o advogado Alcionei Miranda assume a Secretaria de Assuntos Jurídicos de Embu das Artes nesta segunda-feira (28), em ato de posse às 10h na prefeitura. Ele ocupa o cargo a oito meses do fim da gestão do prefeito Chico Brito (PT), no lugar do advogado Francisco Iderval, que deverá ser assessor jurídico de candidatura do PT.
Curiosamente, Alcionei fez críticas duras a Chico há três anos, ao ter a filha demitida da prefeitura após as eleições municipais em 2012. Adversário do PT no plano federal, ele defendeu abertamente, cerca de duas semanas atrás apenas, a prisão do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva – chegou a postar foto diante do tríplex no Guarujá (litoral paulista) investigado pela Operação Lava-Jato como sendo propriedade do ex-presidente como fruto de corrupção.
Apesar de forçado a desistir da vaga a vice do pré-candidato a prefeito Geraldo Cruz, com a ameaça de Léo de lançar candidatura própria se preterido e fragilizar a situação, Alcionei apresentou uma carta de desistência em encontro no último dia 19 que selou a adesão do grupo político de Nataniel Carvalho Natinha (PTB) e da vereadora Dra. Bete (Pros), do qual fazia parte – ele era da coordenação da pré-candidatura de ambos. No documento, ele admitiu as farpas ao PT.
“Todos sabem do meu posicionamento crítico e contrário a política do PT a [sic] nível nacional, e das minhas convicções eu não abrirei mão! Mas minha consciência me diz que entre os pré-candidatos a prefeito que restaram, Geraldo é a melhor opção para a cidade por ter experiência, uma vez que quando saiu da Prefeitura tinha aprovação de mais de 70% da população. […] Sacrifiquei meu ego, mas decidi pela consciência a dar apoio a Geraldo Cruz a prefeito”, disse.
Ao VERBO, Alcionei disse que a nomeação de secretário é um “reconhecimento ao trabalho político” do DEM, do qual é presidente em Embu. “O Democratas não tinha sequer um diretório municipal. Pegamos um partido sem diretório, conseguimos montar um time que tem condições de fazer vereadores na cidade. Isso acaba sendo um reconhecimento do trabalho político do Democratas”, disse. Em outra situação inusitada, o DEM (ex-PFL) é um histórico opositor ao PT.
Ele não falou sobre os ataques no passado ao governo que passa a integrar, mas rechaçou eventuais críticas por ir para a gestão do PT. “Todo partido briga por espaço político. O Democratas estava fora do cenário político [na cidade]. Se algum político criticar é que tem inveja de que conseguimos conquistar um espaço, ou é hipócrita. O PMDB tem secretaria no governo e apoia outro candidato [Ney Santos]. É um reconhecimento ao trabalho do DEM”, enfatizou.
