Ex-assessor de Ney Santos se lança pré-candidato a vereador e apoia Geraldo

Especial para o VERBO ONLINE

ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A liderança política Elias Mello assinou no último dia 15 a ficha de filiação ao PR (Partido da República) e se lançou pré-candidato a vereador de Embu das Artes no grupo que apoia a pré-candidatura de Geraldo Cruz (PT) a prefeito. O que chama a atenção é que Mello se aliou a Geraldo após ter sido assessor direto do vereador Ney Santos (PRB) por três anos, até fevereiro passado. Ney, que também disputa a prefeitura, é desafeto e inimigo político declarado de Geraldo.

Liderança Elias Mello mostra filiação ao PR ao lado do presidente Léo Novais, pré-candidato a vice de Geraldo

Embora apoie o deputado estadual Geraldo Cruz à sucessão municipal neste ano, Mello tem críticas ao governo Chico Brito (PT), mas diz que Ney Santos tem grande responsabilidade sobre os recorrentes problemas administrativos de Embu pelo cargo que ocupa. “O Ney, como presidente da Câmara, poderia ir ao Ministério Público denunciar a falta de remédios nos postos de saúde, a falta de médicos nos pronto-socorros, o mau atendimento à população”, diz Mello, 38.

Mello, que nos últimos dois anos trabalhou no gabinete de Ney e foi uma espécie de “faz-tudo”, diz que o ex-chefe só chegou à presidência da Câmara dos Vereadores pelas mãos de Chico e, contemplado com nomeações políticas e outras “benesses” no governo, se cala diante das falhas da gestão municipal. “Não está tendo oposição na cidade. Ele [Ney] se diz tanto oposição ao PT e tem cargos na administração, está junto com o governo do PT na cidade”, afirma.

Político que em 2010 usava a imagem do principal líder do PT e se dizia do “time do Lula” como chamariz para tentar a eleição para deputado federal – sem sucesso, após ter sido processado por oferecer vale-combustível em troca de votos, conforme a denúncia -, Ney agora ataca o partido só por “conveniência”, observa Mello. “Hoje, o Ney só fala mal do PT como trunfo para prejudicar o Geraldo, não é visando o partido, porque ele faz parte do governo”, alerta ele.

Para Mello, o vereador não é o verdadeiro oponente do pré-candidato a prefeito que passou a apoiar. “O Ney se diz tanto oposição [ao atacar o PT], que o Chico Brito é mais oposição ao Geraldo do que o próprio Ney. Hoje, o Ney é o candidato do Chico, isso está na cara. Para ficar do jeito que está, eu prefiro que o Geraldo volte, pelo menos o Geraldo foi um bom prefeito para a cidade [na outra gestão], ao contrário do governo ruim que o Chico está fazendo”, afirma.

Mello diz ser crítico não por ser ex-assessor de Ney e nega incoerência. “Não tenho que ser conivente com os erros dos outros. O Geraldo é do PT, mas quem faz o político não é a sigla, se o PT é partido dos ‘petralhas’ como o Ney diz, desde quando Ney é cristão para ser do PSC, até ontem?”, dispara. “Eu que pedi para sair. Ney como político não serve. Ele agora me ligou feito doido até a semana passada para mim voltar e ser candidato com ele. Fui logo me filiar ao PR”, diz.

O VERBO encaminhou um e-mail para o governo Chico Brito sobre as declarações de Mello. “A Prefeitura de Embu das Artes não se manifestará sobre assuntos de disputa eleitoral”, respondeu a secretária adjunta de Comunicação, Rita de Biaggio. Para também ouvir o “outro lado”, a reportagem enviou igualmente e-mail para o vereador Ney Santos e para o assessor de comunicação Genildo Rocha. Ambos não se pronunciaram até o início da tarde desta quarta-feira (23).

O pré-candidato a vereador Elias Mello (PR) com Geraldo Cruz, pré-candidato a prefeito, em reunião no sábado
O pré-candidato a vereador Elias Mello (PR) com Geraldo Cruz, pré-candidato a prefeito, em reunião no sábado

comentários

>