ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Reunião da CEI (Comissão Especial de Inquérito) ou CPI do Shopping Taboão na quinta-feira (3) foi cancelada após somente o plenário da Câmara de Vereadores, onde ocorreriam os trabalhos, ficar sem energia. O apagão teria sido proposital, em que as lâmpadas foram sendo desligadas aos poucos, por setores do recinto. A luz do mesmo andar térreo ainda ficou por mais alguns instantes acesa. Estacionamento e os pisos superiores permaneceram iluminados.
O apagão no plenário teria sido uma manobra da base de apoio ao governo Fernando Fernandes (PSDB). Luiz Lune (PC do B) e Moreira (PT), vereadores de oposição, cogitavam chamar o prefeito para explicar por que autorizou a abertura do shopping sem a construção da alça de saída. Como Eduardo Nóbrega (PR) faltou à reunião, os governistas Marcos Paulo (Pros) e a presidente da CPI, Érica Franquini (PSDB), que só vota em empate, não poderiam barrar a convocação.
“Falei que ia convocar o prefeito para dar explicações sobre a não construção da alça. É muito estranho ele ter liberado o shopping e não ter exigido, conforme lei de compensação pela obra, que se construísse a alça, muito importante hoje, melhoria muito o trânsito na cidade. Eles [governistas], vendo que que não tinham maioria, fizeram uma manobra de desligar parte da energia. Veja que os gabinetes e a parte externa estão acesos”, relatou Lune ao deixar o plenário.
“Tínhamos [oposição] maioria, o presidente não vota, e iríamos convocar, mas de repente as luzes do plenário foram apagadas. Mais uma vez, o governo usou de todas as manobras para impedir a CPI [de avançar]. E quem paga o pato é o povo, que não sabe quando a alça vai sair e convive com um trânsito caótico na cidade”, disse Moreira. “A oposição queria convocar, além do shopping, pessoas grandes do governo, inclusive o prefeito, por que não?”, completou.
Na semana passada, a reunião da CPI do Shopping já havia sido cancelada porque os vereadores faltaram. Moreira disse que foi feito acordo, mas que agora foi surpreendido com a “estratégia”. “A oposição não compareceu porque já era maioria e tinha dito que ia convocar pessoas graúdas do governo. Atendendo pedido da base, resolvemos dar oportunidade para não dizer que chamamos pelas costas. Mas agora não estão levando a sério esse trabalho”, falou.
O VERBO procurou a vereadora Érica, mas ela não respondeu ao contato do site. Na primeira semana de fevereiro, a presidente da CPI respondeu a Moreira e negou que a comissão de inquérito “não ia dar em nada” e garantiu à reportagem que após o aniversário da cidade ia “convocar representantes do shopping para dar explicações sobre a alça não construída”. Após o apagão na quinta, ela apenas disse que a reunião estava cancelada por falta de energia.
Ao site “Taboão em Foco”, o vereador Marcos Paulo, membro da CPI, ao saber das afirmações dos oposicionistas reagiu às acusações de “manobra” para protelar a CPI. “Que absurdo. Declarações baixas e levianas. Estávamos lá para iniciar os trabalhos. Tudo em período eleitoral vira conspiração. Lamento profundamente e repudio as declarações”, disse. O curioso é que, momentos antes de o plenário ficar no escuro, o parlamentar “brincou” que a luz acabaria na Câmara.