Esvaziado, protesto diz que Chico gasta mal e não priorizou manter PS Vazame

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Moradores e lideranças políticas acusaram o governo Chico Brito (PT) de fazer gasto desnecessário e não ter priorizado o recurso municipal para manter o Pronto-Socorro Vazame aberto no terceiro protesto pela reativação do PS, na tarde de sábado (22), ao lado do equipamento – transformado em hospital leito. Os manifestantes também voltaram a criticar os vereadores e cobrar atitude para que a população volte a ter a unidade de urgência e emergência no local.

O ex-vereador Professor Toninho (PSOL) disse que para reabrir o Pronto-Socorro Vazame é somente questão de priorizar o orçamento da cidade e que se o prefeito parasse de gastar dinheiro com publicidade teria verba suficiente para reabrir o PS. “Ele que arrume o dinheiro. Se achou R$ 3 milhões para gastar em propaganda de um governo que não realiza [o que prometeu], ele que economize nesses gastos em comunicação e reabra o pronto-socorro”, disse.

Manifestantes gritaram “Cadê o dinheiro?” e “Aparece, Chico Brito”. Eles questionaram onde estavam os vereadores que também não compareceram ao terceiro protesto. Moradores respondiam que “eles não estão nem aí”. “Vocês acham que eles viriam mesmo? Com esse calor eles estão é na praia”, disse um manifestante. O presidente Ney Santos (PSC) disse ser a favor da reabertura do OS. O movimento disse que ele devia largar o discurso vazio e ter participação ativa.

Chico disse na quinta-feira (18) durante sessão do aniversário de Embu que os manifestantes devem cobrar do próximo prefeito a reabertura do PS Vazame, já que por falta de verba não será possível a medida na atual gestão. Toninho disse que o problema é responsabilidade de Chico. “Esse movimento não é para o próximo prefeito, é para o que governa a cidade no momento. Nós vamos cobrar dele neste mandato! Ele que prometeu, ele que cumpra”, disse o ex-vereador.

Na campanha eleitoral em 2012, Chico prometeu abrir o terceiro pronto-socorro na cidade, mas desativou o PS Vazame ao inaugurar a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Santo Eduardo, em dezembro do ano passado. O PS financiado em parte pelo governo federal ainda tem atendimento que é alvo de reclamações da população embuense e reforça a reivindicação pela reabertura do PS Vazame para desafogar a nova unidade com a distribuição melhor da demanda.

Moradores afirmaram que, ao contrário do que vem dizendo o prefeito Chico Brito, quando um paciente procura o hospital leito em caso de emergência nem sempre é feito o atendimento inicial. “Eu fui para o pronto-socorro [atual hospital leito] às duas horas da manhã com a minha filha passando muito mal e tive que chamar a polícia para me atender, porque não tinha ambulância para fazer a transferência para a UPA”, disse a estudante Bianca Barreto, 22.

“Entrei dentro do pronto-socorro e não tinha ninguém [para transferência]. Os médicos e enfermeiras estavam sem fazer nada. E na UPA, já tive dois diagnósticos errados, um deles foi medicamento em dose errada”, relatou ainda a moradora do Jardim Vazame na manifestação. O ato reuniu em torno de 100 pessoas, um número reduzido se comparado ao dos últimos protestos, mobilização que aparentemente começa a dar sinais de desgaste e perder força.

O ex-candidato a prefeito Geraldinho Lima, membro da comissão de moradores e lideranças pela reabertura do PS Vazame, disse que é só impressão, que o movimento continua o mesmo e não existe um enfraquecimento do apoio popular. “Não é que está perdendo a força, não tem menos gente. As pessoas estão espalhadas, sentadas debaixo das árvores. E muita gente pensa em não vir porque nesses dias está caindo tempestade na parte da tarde”, alegou.