Moradores reclamam do governo Chico por água parada no campo do Dom José

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Moradores do Dom José (região do Santo Eduardo), em Embu das Artes, denunciam que um vão entre o ginásio e o campo de futebol no bairro, com queda de pedaços de cimentado, tem acúmulo frequente de água que representa ameaça à saúde pública ao ser possível criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya e do alarmante zika vírus, além de foco de outras doenças. O estado do local, com montanhas de terra, é de abandono.

Os munícipes usam as redes sociais para reclamações diárias e dizem já ter notificado várias vezes a prefeitura sobre o que chama de “descaso”. “Isso ninguém tá inventando, todo mundo tá vendo. O prefeito e os vereadores precisam tomar providência. Isso é caso de política, prejudica a gente”, disse um vizinho ao campo, sem querer se identificar. Receosa com o surto de zika, a gestante Gisele Ribeiro, 33, está indignada. “É um descaso com a população”, criticou.

Vão entre ginásio e campo do Dom José com água parada, possível criadouro do mosquito da dengue
Vão ao lado do campo do Dom José com água parada, possível foco de dengue e zika, reclamam moradores

VERBO foi na quinta-feira (4) aonde fica o campo do Dom José. Quando começou a fotografar o cenário de desleixo, três homens no local se incomodaram. Um deles pegou o telefone e falou ríspido sobre a presença da reportagem. “Aldo, tá todo mundo vindo aqui tirar fotos, já veio mãe de família… Tá ficando feio, vai falar que a gente não tá fazendo nada, vai ficar complicado”, disse a pessoa. Do outro lado da linha estava o diretor de Esportes Aldo Carlos da Silva.

O homem tentou despistar ao dizer que “estávamos ligando para a Zoonose”, mas foi desmentido em seguida. Ao saber que se tratava de profissional da imprensa regional, a pessoa, com uma postura ainda mais rude, quis saber o motivo da presença da repórter do VERBO e depois o autor da denúncia que motivou a reportagem, em tentativa de constrangimento e intimidação. “Quem mandou você aqui? Você tá aqui porque alguém denunciou”, disse, exaltado.

Notando a situação tensa causada pelo colega, o outro homem disse: “Pode notificar aí que aqui não tá a Deus dará não! O pessoal tá correndo atrás disso. Foi jogado um produto aí e foi escoada essa água, mas isso aí é uma mina, encheu de novo. A prefeitura veio ontem [dia 3]”. Ele se identificou, disse ser o guarda patrimonial da prefeitura Davi Pereira, 42, e morador do bairro. O terceiro homem acessou o site pelo celular para checar identificação da repórter.

O aposentado José Laurindo, 67, disse que não vê ninguém do governo fazendo o escoamento da água empossada, conforme diz o funcionário. “Eles começam e param, não desenvolvem o trabalho. Essa água parada ali causa um grande problema, é um grande foco do mosquito. Para provar que não é conversa, tá lá para todo mundo ver. Nunca vi a prefeitura passar aqui para jogar nada, nem tirar a água”, afirmou, apreensivo com o ambiente propício ao Aedes.

Também morador próximo ao campo, Renato Repele, 42, faz coro com o vizinho. “Nós entramos em contato com eles [prefeitura] limpar, mas até hoje não apareceu ninguém”, disse. Por meio da assessoria de comunicação, a reportagem procurou o governo Chico Brito (PT) para falar do caso de saúde pública no Dom José, mas – como nos últimos contatos sobre reclamação a cerca de serviços públicos municipais ou políticas alvo de críticas da população – não respondeu.

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