ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Moradores da região do Parque Marabá e Jardim das Oliveiras, em Taboão da Serra, tiveram dois eventos de Carnaval neste ano, em que os foliões cantaram e pularam ao som das tradicionais marchinhas e axé e sambaram no ritmo da batida da bateria de bloco e do requebrado de passistas, na tarde de domingo (7). As festas distintas ocorreram por conta de líderes comunitários locais disputarem a atenção e apoio da população por serem candidatos neste ano.
Os foliões, alheios à política, brincaram o Carnaval sem culpa, muito pelo contrário, com muita alegria e empolgação. Na chamada festa da “oposição” – ao governo Fernando Fernandes (PSDB) -, o bloco V.U.M.O Juntos para a Folia fez o “esquenta” em frente à padaria do Marabá e pôs os moradores atrás do trio elétrico pelas ruas Vicente Pereira e Teófilo Otoni até a esquina com a Umberto Furlan (próximo à base da GCM). Cerca de 200 pessoas se concentraram no local.
Ao lado do passista Criolé, belas mulatas sambaram no início, foram vistas em cima do trio elétrico e desceram para mostrar de novo gingado e esbanjar simpatia ao lado dos foliões. “O Carnaval não tem bandeira política, o Carnaval é do povo”, dizia Claunir Rodrigues, da organização, no trajeto, sobre a falta de apoio da prefeitura à festa. Presentes, o pré-candidato a prefeito Aprígio (PSD) e a vereadora Luzia Aprígio (PSB) tiveram o nome pronunciado várias vezes.
A cuidadora de crianças Eli Evangelista, 50, saiu à rua para curtir o Carnaval. “Estou adorando, deu outro movimento na vila, estava morta. Eu estava na praia, cheguei e vi essa brincadeira aqui, que maravilha!”, disse. Quando as mulatas e o público inicial já tinham saído, a festa teve princípio de brigas. A organização censurou os “brigões” e tirou o caminhão de som do local. Um dos idealizadores disse que “pessoas da administração” tinham chegado para “arrumar confusão”.
A pouco mais de 800 metros de distância, na rua Olímpia Tomas de Aquino, os foliões da outra festa, chamada de “governista”, brincavam o Carnaval diante de um pequeno palco. Apoiador do evento, o líder comunitário local, aliado do prefeito, disse que o grupo não “desceria” para não encontrar o bloco do V.U.M.O, para evitar possível “confronto”. Com a presença de jornalistas, os organizadores mudaram de ideia e resolveram desfilar pelo quarteirão do bairro.
O grupo menor, de cem pessoas, cantava as marchinhas e chamava vizinhos para o “Carnaval Vem Quem Quer”. “A qualidade que faz o Carnaval, não é a quantidade”, dizia o animador. “É muito bom, une o pessoal da vizinhança, todo mundo se diverte junto. É bem família, não tem confusão, não tem nada de errado”, disse o universitário Júlio Muniz, 28. No trajeto, o cortejo passou a no mínimo 300 metros do outro grupo e não o encontrou. O receio não se confirmou.